O distrito da Caixa de São Pedro é uma região conhecida entre moradores de Apucarana e região. Mas é fato que muitas pessoas - sobretudo as mais jovens - desconheçam a origem do nome da localidade onde os primeiros moradores do município se instalaram. Existem três versões sobre a procedência do nome. A mais conhecida é sobre a existência de uma caixa de madeira, com a imagem de São Pedro.
“A caixa foi meu bisavô Luis Toschi que fez. Depois foi colocada uma imagem de São Pedro em cima da caixa. Isso foi em 1932", conta o prefeito de Apucarana, Junior da Femac.
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De acordo com ele, o local se tornou um ponto importante da localidade onde eram deixados medicamentos e mantimentos. A segunda versão da origem do nome do distrito tem relação com uma caixa de correio comunitário. Como não havia endereço naquela região, toda correspondência endereçada aos moradores era deixada na caixa.
O local onde a caixa ficava também se tornou o ponto de ônibus e onde o primeiro telefone público do município foi instalado. O historiador Ninger Marena, que por mais de 40 anos pesquisou sobre a formação do atual norte do estado, conta que o nome do distrito também tem relação com o telefone. O aparelho era feito em madeira e tinha o formato de uma caixa com arremates em metal. A linha saia do centro de Londrina, atravessava Arapongas, até chegar na localidade de São Pedro, e seguia em direção a Mandaguari.
Marena conta que os primeiros moradores da localidade chegaram em 1932, há mais de 90 anos. O que torna a Caixa de São Pedro a região mais antiga do que a própria cidade de Apucarana, que no próximo sábado (28), completará 79 anos de emancipação política. O historiador revela um carinho especial pelo distrito onde trabalhou como professor dos anos primários.
“Eu sempre tive uma certa paixão por Apucarana por causa da história da família das aventuras do meu avô. É a única cidade que tem o nome original. Minha mãe falava que meu avô foi um tipo caboclo que ajudou a fundar várias cidades. E minha mãe contou que ele ajudou os trabalhadores a trazerem os trilhos da ferrovia até aqui e voltou ao sítio dele onde morreu de maleita (malária)”, conta.
TELEFONE
Marena, que foi museólogo responsável pelo extinto museu da antiga Fecea – atualmente campus local da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) - contou como o telefone histórico chegou até suas mãos. De acordo com ele, o museu sempre recebeu doações até que em 1983 apareceu um pioneiro da Caixa de São Pedro tentando vender o aparelho para o museu.
“Ele queria vender o telefone para a Fecea. Eu falei que precisava conversar com o diretor que solicitou o recibo de que ele comprou o telefone da Companhia Melhoramentos do Norte do Paraná e a faculdade vai comprar. Nunca mais ele apareceu. O telefone ficou lá. E eu fiquei no dilema de como eu iria registrar a peça como um acervo, porque ele abandonou o telefone. Aí eu fiz um termo”, afirma.
Com o fechamento do museu da Fecea em 2003, o acervo foi cedido à prefeitura e atualmente é exposto no espaço cultural do Cine Teatro Fênix. Entre os objetos que contam a história do município está o telefone da Caixa de São Pedro.
ENQUETE
A repórter Lis Kato foi as ruas de Apucarana descobrir se os moradores conhecem a origem do nome do distrito da Caixa de São Pedro. Assista: