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Pais de sobreviventes de colisão entre ônibus e trem falam da tragédia

Um misto de sentimentos. Alívio, tristeza. Pais contam como estão os filhos

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 10.03.2023, 15:14:38 Editado em 10.03.2023, 17:46:23
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Um misto de sentimentos. Alívio, tristeza. Tem sido difícil para os pais dos sobreviventes do trágico acidente entre trem e ônibus escolar, que transportava estudantes da Apae de Jandaia do Sul, descrever o que estão passando. Duas alunas de 11 e 15 anos morreram. O filho de Luciene Galo, de 8 anos, estava no coletivo. Rafael Retamiro Sote foi socorrido, internado no Hospital Nossa Senhora de Fátima e já recebeu alta.

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A casa da família fica a 100 metros do local do acidente. Luciene entrou em choque quando soube da tragédia. "O ônibus chega em casa para deixar o Rafael por volta das 11h15, moro bem pertinho. Escutamos um barulho forte e uma pessoa já passou gritando, falando do acidente. Fiquei em choque, não conseguia me mexer. Meu marido saiu correndo, foi lá, depois me ligou, falando que meu filho tinha sobrevivido e eu fui correndo pra lá. Quando cheguei, meu Deus, aquela cena terrível. Ele tem síndrome de Down e do jeitinho dele, me contou que bateu a cabeça. Ele sofreu um hematoma no olho, ficou em observação no hospital, mas graças a Deus, ele já recebeu alta", conta.


						
							Pais de sobreviventes de colisão entre ônibus e trem falam da tragédia
Foto por Reprodução
Luciene Galo, sobrevivente do acidente

Jairo Joaquim Lopes de Melo estava no ponto de ônibus esperando a filha, Julia Mendes, de 12 anos, que sempre chega perto das 12h, quando passou uma pessoa em um carro, avisando do acidente. "Ela não teve ferimentos, só ficou com a marca do cinto de segurança que, com certeza, salvou a vida dela. Ela só tem essa marca, mas nenhum arranhão. Ela é autista, não se comunica, não fala se está com dor, o que sente, mas percebemos uma agitação maior.. Ela só fala: 'busão bateu'. Desde que nasceu ela sempre foi de ônibus para a Apae e todas as monitoras sempre foram cuidadosas com o cinto, ao subir e desembarcar, e o cinto salvou ela", disse.


						
							Pais de sobreviventes de colisão entre ônibus e trem falam da tragédia
Foto por TNOnline
Jairo com a filha Julia, de 12 anos
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Para Luciene, é preciso esperar a perícia do acidente. "Não tem como arrumar culpados agora. É uma tragédia muito grande. Eu ouvi o trem apitando antes de passar perto da minha casa, só. Ali sabemos que existe um ponto cego. Sei também que as crianças sempre estão alegres no ônibus, que cantam, brincam, conversam, não dá pra apontar nada. Temos que esperar a perícia e ver o que vai acontecer. O que sabemos é que tudo isso é muito triste”, diz a mãe.

Já Jairo, acredita em falha humana. “Na minha opinião, foi uma falha humana. A preferencial é sempre do trem. No local existe uma placa, pare olhe e escute, e ele não teve esse cuidado. A administração municipal, o Governo, não sei quem, mas tem que tomar as providências e mais, foi preciso acontecer uma tragédia, para olharem para o cruzamento”, finaliza. Veja a entrevista com os familiares:

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- LEIA MAIS: “Era obrigação ter parado”, diz pai de filha morta em batida com trem

Tragédia:

Uma câmera de segurança registrou o momento da batida entre um ônibus escolar da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e uma composição férrea, em Jandaia do Sul, norte do Paraná, no início da tarde desta quinta-feira (9). O acidente causou a morte de duas meninas adolescentes e deixou pelo menos seis crianças feridas.

As imagens mostram o ônibus atravessando a linha férrea às 11h39, momento que é atingido em cheio pelo trem. No vídeo também é possível visualizar que pelo menos três vítimas foram arremessadas para fora do ônibus. O número, contudo, pode ser maior, já que as imagens das câmeras captaram apenas um ângulo do acidente. Para ver, clique aqui.

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- LEIA MAIS: "Elas eram o centro da família", diz tio de primas mortas em Jandaia

POLÍCIA OUVE MOTORISTA

O motorista do ônibus da Apae foi ouvido e liberado pela Polícia Civil. De acordo com informações do delegado Carlos Paravidino Machado, o homem que tem 43 anos, relatou que não viu o trem se aproximar por causa do mato alto nas imediações da linha férrea. O condutor, que estava com a CNH vencida, também afirmou que não ouviu o sinal sonoro ao se aproximar. Leia a matéria completa.

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