MAIS LIDAS
VER TODOS

Política

PF vê abuso de poder econômico de Google e Telegram contra o PL das fake News

A Polícia Federal (PF) concluiu que Google e Telegram se valeram de "estratégias impactantes e questionáveis" para tentar barrar o PL das Fake News. Na avaliação da corporação, as empresas podem ter incorrido em abuso de poder econômico e publicidade enga

Rayssa Motta (via Agência Estado)

·
Escrito por Rayssa Motta (via Agência Estado)
Publicado em 31.01.2024, 21:27:00 Editado em 31.01.2024, 21:32:14
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

A Polícia Federal (PF) concluiu que Google e Telegram se valeram de "estratégias impactantes e questionáveis" para tentar barrar o PL das Fake News. Na avaliação da corporação, as empresas podem ter incorrido em abuso de poder econômico e publicidade enganosa.

continua após publicidade

Procurado peloEstadão, o Google disse que não vai comentar as conclusões da Polícia Federal. O Telegram não se manifestou até a publicação deste texto. O espaço está aberto para manifestações.

O parecer da PF foi enviado nesta quarta-feira, 31, ao Supremo Tribunal Federal (STF) no inquérito sobre as campanhas lançadas pelas plataformas contra o projeto de lei. A investigação, aberta em junho de 2023, a pedido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), foi concluída hoje. O relator é o ministro Alexandre de Moraes.

continua após publicidade

O intento das empresas, aproveitando-se de suas posições privilegiadas, é incutir nos consumidores a falsa ideia de que o projeto de lei é prejudicial ao Brasil, um ato que pode estar em descompasso com os valores consagrados na Constituição de 1988. Além disso, as ações dos representados parecem configurar crimes contra a ordem consumerista, promovendo publicidade enganosa e abusiva.

Trecho do relatório da Polícia Federal enviado ao STF

Para a Polícia Federal, as big techs usaram suas "posições privilegiadas" no mercado para incentivar ataques e espalhar notícias falsas sobre o texto com o objetivo de proteger seus interesses econômicos.

continua após publicidade

"A distorção do debate sobre a regulação, a tentativa de influenciar os usuários a coagirem os parlamentares e a sobrecarga nos serviços de TI da Câmara dos Deputados evidenciam o impacto negativo dessas práticas nas atividades legislativas", diz um trecho do relatório final da investigação.

O Telegram disparou, para milhões de usuários, um manifesto contra o projeto de lei. A mensagem chamava a proposta de "desnecessária" e dizia que ela "concede poderes de censura ao governo".

"A empresa incitou seus milhões de usuários a atacarem vigorosamente o projeto, criando um ambiente propício para pressionar os parlamentares", diz a Polícia Federal.

continua após publicidade

O aplicativo alegou no processo que é uma plataforma "neutra" e minimizou a iniciativa. O Telegram afirma que usou o canal para expressar a opinião da empresa sobre um tema que pode impactá-la, mas negou ter feito uma campanha "ativa e consistente" contra o projeto de lei.

Já o Google exibiu em sua página inicial uma mensagem de alerta contra o PL. Os usuários que clicavam no link eram direcionados para um artigo de opinião do Diretor de Relações Governamentais e Políticas Públicas do Google Brasil, Marcelo Lacerda, que acusava o texto de "aumentar a confusão entre o que é verdade e mentira no Brasil"

"Essas táticas indicam uma possível utilização da posição de liderança no mercado de buscas para promover ideias em detrimento do projeto, configurando um potencial abuso de poder econômico", afirma a PF.

Marcelo Lacerda e outros representantes do Google foram ouvidos pela PF. Eles informaram que a empresa gastou R$ 2 milhões em anúncios sobre o projeto de lei, mas negaram que o objetivo fosse pressionar parlamentares a votar contra o texto.

Um monitoramento doEstadãorevelou que a pressão das empresas fez com que pelo menos 33 deputados mudassem de posicionamento entre a aprovação do requerimento de urgência e a retirada de pauta, o que ocorreu em um intervalo de 14 dias. Representantes das big techs estiveram diversas vezes no Congresso e parlamentares confirmaram à reportagem que o lobby foi intenso, inclusive com ameaças de remoção de conteúdo.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Política

Deixe seu comentário sobre: "PF vê abuso de poder econômico de Google e Telegram contra o PL das fake News"

O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
Compartilhe! x

Inscreva-se na nossa newsletter

Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!