O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, na manhã desta quinta-feira, 8, a operação da Polícia Federal (PF) que mira aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, como Braga Netto, Augusto Heleno e Valdemar Costa Neto. Segundo Lula, é "difícil" comentar a ação, mas que ele espera que a PF não cometa nenhum abuso e apresente o resultado do que encontrar. "Espero que a PF faça a coisa do jeito mais democrático possível, que não haja abuso", observou.
Lula, no entanto, citou Bolsonaro como um dos responsáveis intelectuais pelos atos golpistas do 8 de Janeiro. "Acho que a tentativa de golpe não teria acontecido sem ele", disse.
"Sinceramente eu não tenho muitas condições de falar sobre uma ação da Polícia Federal porque isso é uma coisa sigilosa, é uma coisa da polícia, é uma coisa da justiça, e não cabe ao presidente da República ficar dando palpite em uma atuação dessa", disse Lula durante entrevista àRádio Itatiaia.
"Obviamente que tem muita gente envolvida. Acho que tem muita gente que vai ser investigada, porque o dado concreto é que houve uma tentativa de golpe, houve uma política de desrespeito à democracia", continuou o presidente, defendendo a investigação de quem financiava os acampamentos.
"Eleição democrática a gente perde e a gente ganha. Quando a gente perde, a gente lamenta, quando a gente ganha, a gente toma posse e governa o País. O cidadão que estava no governo não estava preparado para ganhar, não estava preparado para perder e não estava preparado para sair", criticou, dizendo que Bolsonaro "deve ter participado da construção dessa tentativa de golpe".
"Não teria acontecido sem ele", disse Lula. "O que eu quero é que o seu Bolsonaro tenha a presunção de inocência que eu não tive", concluiu o presidente.
Tempus Veritatis
A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira uma operação para apurar a organização criminosa responsável por atuar em tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. Com o nome de Operação Tempus Veritatis (hora da verdade, em latim), a ação da PF mira aliados de Bolsonaro, como Braga Netto, Augusto Heleno e Valdemar Costa Neto. A operação também já prendeu os ex-assessores Filipe Martins e Marcelo Câmara.
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