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Univesp cria maior plano de expansão em meio a crise e evasão elevada

DHIEGO MAIA SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em meio a cortes no orçamento e a uma debandada de alunos, a Univesp (Universidade Virtual de São Paulo) se prepara para encarar a sua maior expansão. Na próxima segunda-feira (21), a instituição de ensino superio

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 14.08.2017, 12:15:07 Editado em 14.08.2017, 12:15:07
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DHIEGO MAIA

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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em meio a cortes no orçamento e a uma debandada de alunos, a Univesp (Universidade Virtual de São Paulo) se prepara para encarar a sua maior expansão.

Na próxima segunda-feira (21), a instituição de ensino superior do governo Alckmin (PSDB) vai receber de uma só vez 16.780 novos alunos aprovados no último vestibular realizado em julho. O contingente é oito vezes maior do que o número atual de matriculados, na casa dos 2.200.

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Só a título de comparação, a USP, considerada a maior universidade do país, vai colocar em disputa 11.147 vagas em seu vestibular para 2018.

O plano de expansão, segundo a Folha de S.Paulo apurou, faz parte de um pacote de ações tocado por Alckmin para elevar seu nome à disputa das eleições presidenciais em 2018.

A Univesp é uma instituição calcada na educação a distância. Foi criada em 2010 por José Serra (PSDB) e se tornou a quarta universidade paulista em 2012 -só que com ofertas apenas de cursos semipresenciais.

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As novas vagas foram distribuídas em pequenas cidades localizadas em regiões afastadas da Grande São Paulo onde não existia nenhum curso superior público. É o caso da pequena Morungaba (a 107 km de São Paulo) cuja população não passa de 13 mil habitantes.

Os morungabenses terão acesso a partir de agora a 50 vagas em cada um dos quatro cursos (engenharia de produção, engenharia de computação, licenciatura de matemática e pedagogia) da instituição.

Para dar conta do desafio, a Univesp fez "puxadinhos" em estruturas de ensino já existentes pelo interior paulista. Fincou presença em prédios das Fatecs (Faculdade de Tecnologia de São Paulo), nas unidades da UAB (Universidade Aberta do Brasil), em escolas municipais e até no parque tecnológico de São José dos Campos (97 km de SP) existe um polo da instituição.

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De 45 polos constituídos, a universidade saltou para cem. São nesses espaços onde os alunos precisam cumprir carga horária presencial, com provas e atividades em grupo. Os encontros são obrigatórios e acontecem hoje a cada 15 dias.

Segundo a nova presidente Maria Alice Carraturi, que administra a instituição desde janeiro deste ano, os locais que firmaram parceria com a Univesp tiveram que se adequar. "A estrutura é primordial para um curso a distância funcionar. Só aprovamos polos com no mínimo 50 computadores em seus laboratórios e com um funcionário à disposição", disse.

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BOLSO CURTO

A expansão ocorre num momento de vacas magras, quando a universidade viu seu orçamento minguar.

A instituição terá R$ 27 milhões, cerca de R$ 5 milhões a menos do que foi liberado em 2016, para dar conta de todos os projetos deste ano. "Tivemos que realocar recursos para áreas mais estratégicas, como a compra de material digital", afirmou Carraturi.

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Outra medida foi contratar por carteira assinada 330 tutores (profissionais que tiram dúvidas dos alunos e auxiliam nas aulas). Antes, a função era exercida por bolsistas. Com a chegada da nova leva de estudantes, cada tutor será o responsável pelo aprendizado de 54 universitários.

Questionada sobre o grande número de alunos por tutor, Carraturi faz outro cálculo. "Temos 806 professores na universidade que são corresponsáveis pelo ensino de todos. Então, quando a gente olha o todo, essa diferença cai de um professor para um grupo de 22 alunos."

Cerca de 80% dos professores da Univesp são da USP. Há também docentes de Unesp (Universidade Estadual Paulista) e Unicamp.

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NOVA METODOLOGIA

A meta da nova presidente da Univesp é eliminar a partir de agora os encontros presenciais da grade curricular. Carraturi se espelha no modelo de ensino da Universidade Aberta de Portugal, que é totalmente a distância.

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Na prática, os calouros terão encontros presenciais nos polos a cada 15 dias. No segundo ano, uma vez por mês e, nos anos finais do curso, a carga horária presencial será eliminada.

Mas a própria gestora sabe que essa transição não será fácil. "A autonomia intelectual no Brasil é um hábito difícil de se alcançar porque a nossa educação é muito tutorada, ainda dependente do professor. Queremos criar esse modelo consagrado no mundo por aqui e tornar o polo apenas um lugar de referência, onde o aluno possa estar lá quando quiser."

Polos da Univesp

Para barrar o problema crônico da evasão, a Univesp vai passar a contar com todos os cursos em cada um dos cem polos. Há alguns anos, os alunos eram forçados a se deslocar de um polo a outro para concluir os estudos. Esse problema, segundo Carraturi, causou reflexos no índice de abandono de cursos, que atingiu quase 50%. Hoje são 2.200 matriculados, mas o ideal seria ter 4.200.

A instituição também aumentou a frequência de seu vestibular que deixou de ser realizado a cada dois anos e se tornou semestral.

A Univesp pretende firmar parcerias com outros centros de ensino para criar novos cursos. Para o primeiro semestre de 2018, a universidade diz que vai trabalhar com duas novas graduações em conjunto com o Centro Paula Souza (que administra as escolas técnicas do Estado). Serão os tecnólogos em gestão pública e jogos digitais (na área de programação eletrônica).

"As novas graduações vão criar uma terceira via na instituição. Estamos nas engenharias e nas licenciaturas. Agora, queremos ir para a tecnologia."

O desempenho da instituição só será medido a partir da formatura das primeiras turmas, o que deve acontecer a partir de 2018. A avaliação de cursos será feita pelo Conselho Estadual de Educação. "Nosso expertise está mais para a graduação, para a primeira formação. E é aí que vamos nos concentrar."

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