SÃO PAULO, SP, 13 de janeiro (Folhapress) - O Tribunal de Apelações do Egito acatou o recurso do ditador deposto, Hosni Mubarak, contra a sentença que o condenou a prisão perpétua pela morte de manifestantes durante a revolução e ordenou um novo julgamento para o caso.
A Justiça também aceitou a apelação da defesa do ex-ministro do Interior, Habib al Adli, que havia sido condenado a prisão perpétua, assim como Mubarak. Adli também terá um novo julgamento. Filhos do ex-ditador condenados por abuso de poder em transações de negócios também tiveram os seus recursos aceitos.
Não há ainda datas definidas para os novos julgamentos. Até lá, os acusados permanecem nas prisões em que estão hoje.
A defesa de Mubarak sustenta que a Corte responsável por emitir sua sentença de prisão perpétua, em junho do ano passado, não tinha provas suficientes.
Uma comissão de investigação criada pelo atual líder egípcio, Mohamed Murs, contudo, apresentou resultados de sua apuração sobre o envolvimento de Mubarak em mortes de manifestantes durante a revolução.
Segundo a comissão, Mubarak tinha conhecimento dos casos, pois assistia aos episódios pela televisão, o que, para os investigadores, comprova a responsabilidade pelos assassinatos.
A decisão da Corte acontece em meio a novas denúncias contra Mubarak. A Promotoria egípcia ordenou neste final de semana uma nova ordem de prisão preventiva ao ex-ditador por envolvimento num esquema de corrupção relacionado ao jornal Al-Ahram.
Segundo a acusação, Mubarak e outros integrantes de seu regime receberam milhões de libras egípcias como uma demonstração de lealdade ao ditador.
Internação
Desde dezembro de 2012, Mubarak, 84, está internado em um hospital do Exército de uma prisão clínica, depois de cair durante um banho e fraturar uma costela na prisão.
Fontes dos serviços de segurança informam que ele sofre de depressão aguda, de problemas respiratórios graves e hipertensão. Em março de 2010, quando ainda dirigia o país, Mubarak foi hospitalizado na Alemanha para a retirada da vesícula biliar e de um pólipo no duodeno.
O ex-ditador precisará voltar à prisão de Tora, nos arredores do Cairo, quando o tratamento terminar.
Mubarak passou 30 anos no poder até ser deposto por uma série de manifestações, em fevereiro de 2010, que deixou cerca de 850 mortos. Ele foi condenado à prisão perpétua em junho passado. Ele participou da maioria das sessões judiciais deitado numa maca, dentro da jaula que, no Egito, é usada para proteger os réus de qualquer júri.
Escrito por Da Redação
Publicado em 13.01.2013, 14:00:00 Editado em 27.04.2020, 20:35:34
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