SÃO PAULO, SP - O Departamento de Justiça americano investiga a agência de classificação de risco Moody's, que rebaixou a nota da Petrobras na última quinta-feira (29), por emitir avaliações favoráveis --as chamadas notas AAA, as máximas possíveis-- a contratos de hipoteca residencial de baixa qualidade antes da crise financeira em 2009, segundo informações do jornal "The Wall Street Journal".
As notas teriam levado investidores a fazer aplicações relacionadas a esses papéis imaginando correr baixo risco de calote pouco antes do mercado imobiliário ruir.
Nos últimos meses antes da crise, agentes da Justiça dos EUA teriam se encontrado com executivos da Moody's para discutir os critérios para a concessão das notas positivas.
Os advogados responsáveis pelas investigações ainda estão no estágio inicial e não está claro ainda se o caso resultará em acusação.
Ainda de acordo com o jornal americano, nenhum representante da Moody's comentou o assunto.
O foco principal são os contratos de hipotecas residenciais fechados entre 2004 e 2007.
Outra agência de risco, a Standard & Poor´s (S&P), também foi alvo de investigação da Justiça americana pelo mesmo motivo.
O Departamento de Justiça dos EUA e a S&P estão a ponto de fechar um acordo de US$ 1,370 bilhão, também segundo informações do "The Wall Street Journal".
O acordo ainda deve incluir uma multa de US$ 637 milhões que serão destinados ao Departamento de Justiça e outros US$ 100 milhões ao Estado da Califórnia e outros 11 Estados, que também serão recompensados.
O acordo representará a primeira grande sanção a uma das agências de qualificação pela crise, já que, até agora, as multas haviam se concentrado nos grandes bancos de Wall Street.
As agências Moody´s, S&P e Fitch representam quase 95% do mercado mundial de classificação de risco de crédito.
Escrito por Da Redação
Publicado em 02.02.2015, 18:52:33 Editado em 27.04.2020, 20:03:21
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