MAELI PRADO
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que a portaria que centraliza em Brasília a fiscalização de frigoríficos, assinada nesta terça-feira (6), estava em estudo desde o ano passado, durante a fase anterior da Operação Carne Fraca, e que foi "coincidentemente" publicada nesta semana.
De acordo com o ministro, a centralização visa a reduzir as possibilidades de interferência político partidária sobre a fiscalização.
"Essa medida de ontem [terça-feira] veio nessa direção, para que possamos deixar totalmente blindado o processo de fiscalização, de sanidade, de questões políticas partidárias", afirmou Maggi nesta quarta-feira (7).
Ele explicou que, pelas novas regras, que já estavam previstas em um decreto de dezembro do ano passado, o país será dividido em 10 regiões, cada uma liderada por um técnico do Sipoa (Serviços de Inspeção de Produtos de Origem Animal) do ministério.
A fiscalização será coordenada pelo Dipoa (Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal), em Brasília.
"Para cada uma das regiões, um número de frigoríficos ficará subordinado a uma pessoa dentro do Sipoa, e ele terá a responsabilidade de conversar diretamente com os fiscais dessas unidades e com o público privado que demanda o serviço. Vimos a possibilidade das reclamações chegarem ao Dipoa para que possam atuar e resolver problemas."
Nesta sexta-feira (5), a terceira etapa da operação da Polícia Federal mostrou que setores de análises do grupo BRF e cinco laboratórios credenciados pela pasta fraudavam resultados de exames em amostras para reduzir os níveis da bactéria salmonela.
"Esse já é um projeto que estamos trabalhando há algum tempo, e finalizou-se ontem, com a publicação da portaria. Agora falta só a publicação do regimento interno pra que possa funcionar", disse o ministro.
Ele frisou que as acusações da nova etapa da operação são referentes a fatos que ocorreram entre 2014 e 2015, e que de lá para cá os procedimentos de fiscalização estão muito mais rigorosos.
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