Devastação. Tal palavra descreve o atual estado dos municípios que compõem o Vale do Taquari, no Rio Grande do Sul. As águas que tomaram conta de toda a região nos últimos dias baixaram e, com isso, foi possível perceber o nível de destruição provocado pelas enchentes.
Moradores do Vale do Taquari passam pelas estradas recém-liberadas e se espantam, já que não conseguem reconhecer o que sobrou.
O empresário Ismael Fonseca, que foi resgatado após dois dias ilhado em Cruzeiro do Sul, é uma das pessoas que não reconhece a cidade em que vivia. Da casa dele, sobraram só as paredes.
"Sem condição nenhuma de voltar a morar aqui. Nossa casa está destruída. Nosso filho tem 7 anos, a gente criou ele aqui. Tudo que tem aqui, a gente construiu trabalhando muito. A gente tem isso aqui, mas a gente não vai morrer aqui. Nós não vamos voltar para cá", diz.
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No bairro Passo de Estrela, onde ele vivia com a família, residiam 3 mil pessoas. Eram pelo menos 500 casas. Não sobrou nenhuma em boas condições.
"Eu tenho minha família, mas eu não tenho mais casa para morar. Eu não tenho como recomeçar, eu não tenho", diz a vendedora Ana Paula Silva.
Outra moradora sequer conseguia identificar qual era a própria casa em meio à destruição. "A gente foi passando assim, por cima, e tentando descobrir qual casa era de quem, o que tinha... Mas foi muito difícil, muito difícil", lamenta a fisioterapeuta Deisi Maria.
Umas das regiões que mais foram devastadas pelo temporal que atingiu o Rio Grande do Sul foi o Vale do Taquari. O Rio Taquari chegou a ultrapassar 30 metros – um recorde histórico -, levando os municípios a decretarem situação de emergência.
As chuvas que caem no estado desde 29 de abril deixaram 90 mortos e mais de 130 desaparecidos até a manhã desta terça-feira (7). O número de feridos já passa de 360. Há 203,8 mil pessoas fora de casa. Desse total, 48.147 estão em abrigos e 155.741 estão desalojados (pessoas que estão nas casas de familiares ou amigos). O estado tem 388 dos seus 497 municípios com algum relato de problema relacionado ao temporal, e 1,3 milhão de pessoas afetadas.
Com informações do G1.
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