Uma servidora pública, de 43 anos, perdeu parte da perna e dedos da mão e do pé por conta de uma lipoaspiração que fez em um hospital de Goiânia, Goiás. A vítima, identificada como Indialma Antunes de Oliveira, fez o procedimento nas costas e no abdômen e teve uma infecção generalizada.
Indialma, que é natural de Tocantins, mas optou por fazer a cirurgia em Goiás, realizou o procedimento no dia 10 de julho de 2021. Porém, um dia após fazer a lipoaspiração, começou a passar mal e precisou buscar por ajuda médica.
Depois de ser atendida e medicada, ela foi liberada e retornou para casa de familiares, onde se recuperava do pós-operatório. Mas, ao passar alguns dias, o estado de saúde dela começou a piorar e precisou, novamente, ir ao hospital.
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Nesta ocasião, a servidora chegou à unidade de saúde com o corpo infeccionado e teve uma parada cardíaca. Por conta da gravidade, precisou ser levada para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde entrou em coma. Ela ficou internada por mais de um mês.
"Quando acordei do coma, só movimentava a cabeça e estava com três amputações e sem saber quando voltaria a ter movimentos e se voltaria, pois os médicos me diziam que não poderiam me dar essa certeza", relatou Indialma.
Depois de receber alta, a mulher se recuperar das cicatrizações das amputações para começar o processo de protetização da perna e poder reaprender a andar. Hoje, Indialmente usa uma prótese na perna que foi amputada.
"Fiquei com marcas e cicatrizes pelo meu corpo inteiro, além de furos no bumbum. Hoje, não posso mais fazer coisas que eu gostava, como trilhas, atividades físicas, viajar de moto, até dirigir um carro, que agora só se for adaptado", disse a servidora em uma entrevista ao G1.
A mulher foi à Polícia Civil nesta terça-feira (10) para prestar depoimento. Ela entrou na Justiça contra o médico que fez o procedimento, o cirurgião plástico Fabiano Calixto Fortes de Arruda.
O procedimento foi realizado em julho de 2021, em Goiânia, e mais de um ano depois, a servidora diz que não voltou a trabalhar por causa da recuperação e teve que reaprender a viver com as novas limitações.
A defesa do cirurgião plástico afirma que não houve erro médico durante a cirurgia nem intercorrências. A advogada de Fabiano Calixto alegou também que a amputação dos membros ocorreu por causa de uma trombose que Indialma teve na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital particular onde ficou internada após a lipoaspiração.
O caso é investigado como lesão corporal.
Nota de defesa do médico
"Em relação a informação sobre a cirurgia de lipoaspiração, informamos que a cirurgia foi bem sucedida, não ocorrendo nenhuma intercorrência durante o ato cirúrgico pela cirurgia plástica. Os exames pré operatório da paciente foram solicitados e estavam normais!
A paciente recebeu alta hospitalar e no dia seguinte, queixou de dor no peito, em casa, sendo encaminhada pelo cirurgião, e então atendida em hospital de referência de Goiânia onde não foi detectado nenhum alteração grave recebendo alta para casa no mesmo atendimento.
Mesmo com a orientação do Hospital de referência em Goiânia, com o acompanhamento clínico da equipe e do Cirurgiao Plástico, orientou-se a reinternação para melhor investigação clínica do quadro.
Paciente foi atendida por médico intensivista que iniciou os cuidados no hospital para prosseguir com toda investigação clínica, acompanhada do Cirurgião plástico.
Durante a evolução da paciente na UTI, paciente evoluiu com trombose arterial, relacionada a procedimento relacionado a passagem de cateter no membro inferior, que evoluiu com complicações que levaram a amputação do membro inferior, fato este não relacionado a cirurgia e sim ao procedimento específico realizado na passagem do cateter pela equipe da UTI.
O quadro de trombose arterial e de infecção relatados foram desenvolvidos durante a internação na unidade de cuidados intensivos e não tem relação com a cirurgia de lipoaspiração.
As intercorrências médicas ocorridas com a paciente são inerentes ao exercícios da profissão, não é sinônimo de 'erro médico' e sim de consequência inevitável da evolução clinica, mesmo com a adoção de todos os protocolos adotados e acompanhamento integral do cirurgião."
As informações são do G1.
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