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Mais de 130 mortes só neste ano: conheça a "Rodovia da morte"

Cruzando três estados brasileiros, a BR-381 já registrou mais de 2,1 mil acidentes apenas entre janeiro e outubro

Da Redação

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Veículos ficaram destruídos em acidente na Serra de Igarapé, no dia 27 de novembro
Icone Camera Foto por Carlos Eduardo Alvim/ TV Globo
Veículos ficaram destruídos em acidente na Serra de Igarapé, no dia 27 de novembro
Escrito por Da Redação
Publicado em 02.12.2023, 12:04:18 Editado em 02.12.2023, 12:04:03
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Mais de 440 pessoas morreram em acidentes na BR-381, em Minas Gerais, nos últimos três anos. Somente entre janeiro de 2021 e outubro de 2023, aproximadamente 7 mil acidentes foram registrados na rodovia, segundo dados da Polícia Rodoviária Federal (PRF). Conhecida como "Rodovia da Morte", ela liga São Mateus, no Espírito Santo, à cidade de São Paulo, passando por Minas Gerais. Ao todo, são 1181 km de extensão.

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Na última segunda-feira (27/11), seis pessoas morreram em uma batida envolvendo 13 veículos na via, na altura da Serra de Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A ocorrência foi registrada no km 517, no sentido BH. Próximo dali, no km 525 do sentido São Paulo, sete pessoas morreram após um ônibus com torcedores do Corinthians capotar, em agosto deste ano. As informações são de uma matéria publicada pelo g1.

- LEIA MAIS: Motorista perde controle após caminhão 'fechar' carro na BR-369

Mais de 130 mortes só neste ano: conheça a "Rodovia da morte"
Foto por Reprodução
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Para o especialista em transporte e trânsito Márcio Aguiar, a falta de investimentos aliada às características do traçado da rodovia contribuem para a alta ocorrência de acidentes com vítimas na BR-381. "Essa rodovia é antiga e tem tido poucas melhorias. O volume de tráfego aumenta cada vez mais, mas a rodovia continua do mesmo jeito, então o que vamos ver sempre crescentes são os acidentes. Isso é muito grave, nós estamos tratando de vidas humanas", afirmou.

Segundo ele, as especificidades da rodovia – o traçado sinuoso em uma região montanhosa, com pouca visibilidade para os motoristas em alguns pontos – são um desafio. "O principal [investimento necessário] é aumentar a capacidade da via, e uma das formas é a duplicação", pontuou.

História

O trajeto da rodovia remonta aos tempos dos bandeirantes, no século XVII. Fernão Dias Paes Leme (que dá nome ao trecho da rodovia entre BH e São Paulo) esteve na região à procura de esmeraldas e foi o responsável pela abertura do caminho original.

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Em 1952, o trecho de Belo Horizonte a João Monlevade começou a ser construído, e a pavimentação foi inaugurada em 1960.

Em 1959, a ligação Belo Horizonte a Pouso Alegre foi inaugurada quando a obra ainda estava inacabada.

Apenas em 1961 a então denominada BR-55 entre Belo Horizonte e São Paulo foi concluída, com a finalização das obras no trecho paulista. Estes trechos originaram a atual BR-381.

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Trecho concedido

Cerca de 562 km da extensão total da rodovia são concedidos. Desde 2008, a Arteris Fernão Dias é responsável pelo trecho de Contagem, na Grande BH, a Guarulhos (SP), por onde passam diariamente aproximadamente 250 mil veículos, dos quais 37% são pesados.

Toda esse segmento é duplicado, sendo que 199,7 km têm uma terceira faixa de rolamento e outros 13,4 km possuem quatro faixas para o tráfego de veículos.

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Ao longo dos mais de 560 km, há 19 radares de velocidade. Segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Arteris identificou 32 pontos com altos índices de acidentes, onde serão instalados novos radares no próximo ano – 27 em Minas Gerais.

Além disso, a ANTT analisa estudos de engenharia apresentados pela concessionária para a implantação de uma área de escape no km 525.

Gestão publica

Já o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) é responsável por um trecho de mais de 350 km, de Contagem até São Vitor, distrito de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, onde há 26 radares. O órgão duplicou 77 km.

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Neste ano, o governo federal publicou um edital de concessão da rodovia, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, mas o leilão, marcado para 21 de novembro, foi adiado por falta de propostas. Somente nesse trecho, 32 pessoas morreram entre janeiro e junho deste ano, segundo a PRF.

O objeto do leilão adiado é um trecho de 304 km. O projeto prevê a duplicação de 134 km e a implantação de 138 km de faixas adicionais e de 11 km de vias marginais.

Nesta semana, o ministro dos Transportes, Renan Filho, afirmou que o segmento deve ser licitado no primeiro semestre de 2024.

Duplicação prometida

O plano de duplicação da BR-381, entre Belo Horizonte e Governador Valadares, já passou por diversas gestões federais sem ser concretizado.

Em 2013, um edital de licitação para a realização das obras foi publicado pelo Dnit, dividindo o trecho em 11 lotes. Quatro deles ficaram sob responsabilidade do Dnit, e três foram concluídos.

Em 2021, um novo edital foi publicado, para a concessão da BR-381 entre Minas Gerais e Espírito Santo, mas o leilão foi adiado diversas vezes.

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