O advogado Alexandre Aquino, que representa a família do jovem Emerson Castilho que morreu após ser baleado por um policial militar que estava de folga em um bar em Arapongas, afirmou que não houve tentativa de assalto no dia que o rapaz foi assassinado.
"Não teve tentativa de assalto, tanto que a delegada de polícia no relatório final de inquérito deixou de indiciar ambos, por entender que não teve tentativa de assalto", destaca o profissional.
Ainda de acordo com o advogado, Emerson foi covardemente assassinado, e isso deve ser apurado. "Estaremos requerendo providências do Ministério Público, no sentido do MP fazer uma recomendação para o delegado de polícia instaure inquérito policial para apurar o crime de homicídio praticado pelo policial militar, uma vez que o Emerson era primário, portador de ótimos e intocáveis antecedentes e foi covardemente assassinato, e isso deve ser apurado, para que o policial militar seja julgado pelo tribunal do júri de Arapongas, sem prejuízo do inquérito policial militar que também deve responder e ser penalizado", explica.
Além de Alexandre Aquino, a advogada Ana Patrícia assistente de acusação, também trabalha no caso.
O jovem morreu após ser baleado em Arapongas, no dia 26 de fevereiro. A Polícia Militar (PM) informou que o rapaz que morreu e um outro homem, teriam tentado roubar um bar, e que o policial de folga, que estava dentro do estabelecimento, sacou a arma e deu voz de abordagem, Emerson teria colocado a mão na cintura e então foi baleado três vezes no peito.
A PM encontrou uma arma falsa no local. "O Emerson sempre deixava a arma no carro e não se trata de arma, é um simulacro para brincadeira, e outra ainda que fosse arma de verdade e na hipótese remota de ser assalto o policial deveria ter atirado para imobilizar, tiro de contenção nas pernas e não executar como foi feito, por isso o PM deve ir a Júri popular", enfatiza o advogado.
No domingo (14), familiares e amigos do jovem realizaram uma manifestação e pediram por justiça. O protesto contou com a participação de cerca de 300 pessoas, entre motociclistas e motoristas, que seguiram pelas ruas do centro e terminou na Avenida Siriema, em frente ao bar onde Emerson foi baleado.
A tia de Emerson, Meire Castilho, disse que a manifestação pede respostas a respeito da investigação do caso. “Meu sobrinho era um rapaz trabalhador, tinha emprego fixo e ainda fazia bicos aos fins de semana. Queremos provar que nosso menino não era bandido, ele foi executado sem motivos. Ele era inocente, e não vamos sossegar enquanto a gente não provar isso”, disse.
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