Gaeco cumpre mandados contra jogo do bicho em Arapongas
O volume de jogo arrecadado permitia um lucro líquido anual estimado em R$ 8 milhões
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O Núcleo de Londrina do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Paraná, deflagrou nesta terça-feira (2) a Operação Diarquia. A ação cumpre sete mandados de busca e apreensão contra uma organização criminosa acusada de explorar o jogo do bicho e realizar lavagem de capitais em Arapongas e região. A operação é decorrente de uma investigação que envolvia anteriormente um ex-presidente da Câmara da cidade, que nega que tenha sido alvo nesta terça-feira do Gaeco. Veja abaixo
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As ordens judiciais, expedidas pela 1ª Vara Criminal de Arapongas, foram cumpridas no município paranaense e em Florianópolis (SC). O foco principal da operação é desarticular o comando financeiro do esquema, atingindo o suposto líder, familiares e "laranjas" utilizados para a ocultação de patrimônio. A Justiça determinou o sequestro de bens imóveis e de duas aeronaves de pequeno porte para garantir o ressarcimento dos valores ilícitos.
As investigações apontam que a organização criminosa operava com uma estrutura sofisticada, controlando pelo menos 257 pontos de aposta. O volume de jogo arrecadado permitia um lucro líquido anual estimado em R$ 8 milhões.
O grupo funcionava em um sistema de "plantões", no qual os líderes se revezavam mensalmente na administração da banca, dividindo custos e lucros. Para ocultar a origem do dinheiro, o líder do esquema criou uma rede de empresas de fachada e uma holding familiar, registrando bens em nome da esposa e dos filhos.
Análises do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD) do MPPR identificaram uma incompatibilidade superior a R$ 1,2 milhão entre a renda declarada e a movimentação bancária dos investigados. Entre os bens rastreados estão: imóveis de alto padrão; terrenos em condomínios fechados; apartamentos no litoral de Santa Catarina; e duas aeronaves.
A Operação Diarquia é um desdobramento de uma apuração anterior sobre o jogo do bicho em Arapongas, que inicialmente ligava a prática a um ex-presidente da Câmara de Vereadores, Osvaldo Alves dos Santos. A análise de dispositivos eletrônicos apreendidos naquela fase permitiu ao Gaeco identificar a existência de um sócio oculto, que exercia a verdadeira liderança e o controle financeiro da organização, alvo da ação desta terça-feira.
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Nota de Defesa
A defesa do ex-vereador e ex-presidente da Câmara de Arapongas, Osvaldo Alves dos Santos, informou que ele não foi alvo da operação deflagrada nesta terça-feira pelo Gaeco. Segundo a nota, todas as informações relacionadas aos desdobramentos da ação chegaram ao conhecimento do ex-parlamentar apenas por meio da imprensa.
A equipe jurídica destaca ainda que os processos em que Osvaldo figura como parte seguem trâmite regular, e que sua inocência vem sendo “comprovada de forma consistente”. De acordo com a defesa, não há qualquer elemento que indique prática de ilicitude, nem fato novo que possa gerar prejuízo ao ex-vereador.
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