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Um mês presos em Brasília, apucaranenses reclamam de comida na cadeia

Advogado de oito moradores da cidade afirma que eles estão sem receber visitas de familiares e que "situação beira a indignidade"

Da Redação

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Seis homens estão no complexo da Papuda e duas mulheres da cidade na Colmeia
Icone Camera Foto por Agência Brasil
Seis homens estão no complexo da Papuda e duas mulheres da cidade na Colmeia
Escrito por Da Redação
Publicado em 08.02.2023, 15:57:23 Editado em 08.02.2023, 16:04:03
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Oito apucaranenses completam nesta quarta-feira (8) um mês de prisão em Brasília após participação nos atos golpistas de 8 de janeiro. São seis homens detidos no Centro de Detenção Provisória II (CDPII), do Complexo da Papuda, e duas mulheres na Penitenciária Feminina do Distrito Federal (PFDF), conhecida como Colmeia. O advogado Luiz Fernando Vilasboas, que representa os moradores da cidade, afirma que eles estão “indignados” porque negam participam na depredação e reclamam da qualidade da comida servida nas unidades, além da falta do direito de receber visitas de familiares.

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Mais de 900 pessoas seguem presas em Brasília por participação nos atos golpistas de 8 de janeiro, quando as sedes do Supremo Tribunal Federal (STF), Palácio do Planalto e Congresso Nacional foram destruídas. Desse total, 93 sãoparanaenses.

Outros 464 presos na oportunidade foram liberados mediante medidas cautelares, que incluem o uso de tornozeleira eletrônica. Entre eles estão 43 moradores do Paraná e quatro de Apucarana, também representados por Vilasboas.

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O advogado, que é apucaranense e mantém escritório na capital federal, afirma que ele e sua equipe estão mantendo visitas constantes aos presos de Apucarana. “Nossa equipe está organizada no sentido de dar atenção integral aos que estão custodiados”, revela. No entanto, ele diz que a “situação é precária e beira a indignidade”. “Não há estrutura mínima para manutenção dessas prisões. A maior reclamação dos presos é referente à alimentação. Narram que a comida servida é impossível de comer. Uma das primeiras pessoas que conseguimos a liberdade nos relatou que em 10 dias emagreceu cerca de 5 quilos, visto não conseguir comer o alimento servido pelo sistema prisional. Eles estavam dividindo pacotes de bolachas que as famílias haviam enviado”, comenta.

Vilasboas afirma que o sentimento é de indignação, “ visto que não praticaram os atos investigados, bem como não há qualquer amparo legal para manutenção das prisões”. Ele conta que apenas os advogados estão autorizados a visitar os presos. “Até o momento, não está permitido acesso das famílias ou amigos próximos, porém já realizamos o cadastramento dos familiares e amigos dos nossos clientes para, em sendo autorizado, possam realizar as visitas presenciais conforme necessidade e possibilidade, dependendo ainda de deferimento do órgão competente. Entretanto, acreditamos que sejam libertados antes disso”, diz.

A Procuradoria Geral da República (PGR) ainda não concluiu as denúncias de todos os presos, segundo Vilasboas. “Ainda não consta a referida medida judicial contra os moradores de Apucarana. Eventuais recursos serão opostos, caso necessário, após o recebimento das citadas denúncias - caso sejam recebidas”, explica.

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O defensor afirma que protocolou junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) novas medidas requerendo a libertação dos seus clientes. “Tendo em vista toda a investigação paralela que realizamos e conseguimos obter novos elementos que contribuem para a imediata restituição da liberdade dos apucaranenses, tais medidas serão analisadas nos próximos dias”, afirma. Ele representa, no total, 70 pessoas de vários estados. São 35 do Paraná, incluindo os 12 apucaranenses (oito presos e quatro liberados com uso de tornozeleira).

Segundo o advogado, não há mais apucaranenses detidos na capital federal, além dos oito representados por ele. Ele afirma que os outros moradores da cidade que participaram dos atos golpistas conseguiram voltar para a cidade antes das detenções.

Por Fernando Klein

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