O delegado-chefe da 17ª Subdivisão Policial (SDP) Marcus Felipe da Rocha Rodrigues, durante entrevista nesta quinta-feira (27), informou que o número de vacinas desviadas pela falsa enfermeira pode ser maior.
Ainda de acordo com o delegado, ela mentiu ao falar que ampola encontrada na casa dela, no último dia 15 quando foi presa, seria para garantir a segunda dose da família de Mandaguari.
"O que ela falou no interrogatória não condiz com a verdade, ela disse que a dose encontrada na casa dela seria para garantir a segunda dose da família de Mandaguari, mas no decorrer das investigação, descobrimos que não vacinou apenas 5 pessoas e sim 12 pessoas que tem um vinculo, essas vacinas foram aplicadas em Mandaguari e em Apucarana, até dentro da casa dela, em algum ocasiões. Levantamos que seis pessoas foram vacinadas no dia 6 de maio e no dia 8, mais seus pessoas. No minímo ela precisaria de 4 ampolas, ou ela dividiu as doses, o que pode comprometer a imunização dessas pessoas", explica o delegado.
Ainda de acordo com o delegado, durante o depoimentos das pessoas que receberam a vacina, elas contaram que a segunda dose seria aplicada em agosto, no Lagoão. "Ouvimos 18 pessoas, entre elas, as pessoas que foram imunizadas, elas contaram que a investiga orientou que todos deveriam tomar a segunda dose no Lagoão. Então a dose encontrada na casa dela, poderia ter sido utilizada para vacinar outras pessoas", detalha.
O delegado ainda disse que não existe no inquérito algo que comprove que essas pessoas teriam comprado as vacinas. E que um dos envolvidos disse que até achou estranho ela oferecer a imunização. "Estamos aguardando o resultado da perícia em celulares que apreendemos, que deve sair na próxima quarta, mas não existe no inquérito provas de que ela recebeu valores pela vacina. Uma das pessoas que vacinou contou que após a esposa puérpera não conseguir vacinar na campanha no Lagoão, Silvânia lá mesmo se aproximou e ofereceu alguns descartes de doses e de maneira impensada eles aceitaram, a pessoa chegou a perguntar se não daria problema, e a investigada garantiu que não".
Todos os imunizados podem responder por peculato, todo o inquérito foi encaminhado ao Ministério Público. Assista a entrevista com o delegado:
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O CASO:
A Polícia Civil de Apucarana, no norte do Estado do Paraná, apreendeu no dia (15), ampolas de vacinas contra covid-19 na casa de uma falsa enfermeira suspeita de ter desviado o material de rede pública de saúde para vender as doses a pessoas que não fazem parte do público alvo da campanha. Na casa da mulher, que se apresenta como técnica em enfermagem, foram apreendidos também carteirinhas de vacinação, celulares e seringas.
A mulher foi presa e encaminhada a 17 Subdivisão Policial de Apucarana. O mandado de busca e apreensão na casa da detida atende a pedido do Ministério Público do Paraná, por meio da 2ª Promotoria de Justiça, que abriu investigação após receber denúncia do vereador Lucas Leugi. A mulher trabalhou como voluntária na campanha de vacinação contra covid-19 até ser afastada após ser alvo das denúncias. O vereador apresentou indícios que apontam que a falsa enfermeira teria atuado como voluntária para desviar vacinas contra a Covid-19 para revendê-las. Há informações, ainda não confirmadas pela Polícia Civil, de áudios e troca de mensagens em aplicativos onde a detida oferecia a vacina.
Durante o cumprimento da determinação judicial, as doses de vacina foram apreendidas (um frasco da Astrazeneca, com cinco doses; um de CoronaVac com um número ainda não determinado de doses e um vazio) e a falsa enfermeira foi presa em flagrante pelo crime de peculato, podendo responder também pelos crimes de falsidade ideológica e infração de medida sanitária.
O servidor Luciano Pereira, foi afastado do cargo de coordenador da Epidemiologia municipal, ele que era o responsável pela vacinação. O advogado dele disse que processará a falsa enfermeira por danos morais e que ele provará a inocência do cliente.
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