Pais, alunos e professores denunciaram ao site TNOnline, que o diretor do Colégio Estadual Professor Izidoro Luiz Cerávolo localizado em Apucarana, no norte do Paraná, foi ameaçado por um aluno, de 16 anos. Diego Fávaro Soares, confirmou nesta segunda-feira (18), que realmente sofreu ameaças e que o estudante até citou a rotina diária dele e do filho.
As ameaças aconteceram na manhã do dia 13/4, após o diretor apreender dois cigarros eletrônicos com o jovem, que ficou alterado e além de xingar com vários palavrões, ameaçou o diretor. "Esse aluno começou a estudar no nosso colégio esse ano, já veio de outra instituição com um histórico de agressão contra um aluno. No primeiro dia de aula dele, já conversamos por causa de uma redação que ele fez falando que não gostava de estudar aqui, pois a escola era muito rígida. Ele já agrediu um aluno nosso, além de ser agressivo com professores e agora essa ameaça. Não é permitido fumar na escola, nem na frente do colégio permitimos, e ele fez uso de cigarro eletrônico dentro do colégio, desafia constantemente as normas, não estuda, quer ficar dormindo, quer usar o celular, é agressivo com os professores que têm até receio de chamar a atenção dele. Na quarta passada encontramos dois cigarros eletrônicos com ele, chamamos a avó dele, que tem a guarda, para acompanhar a situação no colégio, ele se alterou, xingou com inúmeros palavrões e foi suspenso", conta.
Após a suspensão, aconteceram as ameaças. Diego, que é diretor há sete anos e professor há 16, garante que nunca passou por uma situação tão atormentadora como essa. "Ele disse: lá fora você está marcado, sei onde você mora, o número do seu apartamento. Mas o que mais me assustou, foi quando ele disse que sabia meus horários de chegada, quando saio com meu filho, que é menor de idade, para levá-lo para estudar, disse que sabia a rotina da minha vida. Passei um feriado transtornado, atormentado por isso, não sabemos com quem estamos lidando, isso atormenta, tira a paz de espírito”, desabafa.
A Patrulha Escolar foi chamada no dia da suspensão e registrou um Boletim de Ocorrência, nos próximos dias, o diretor deve ser ouvido na delegacia. Diego também procurou o Núcleo Regional de Educação. "O NRE está nos ajudando, mas precisa de uma ação mais efetiva, que garanta a segurança dos funcionários, professores, alunos, me ameaçou, já bateu em um aluno, é agressivo com os professores, qual garantia de segurança de trabalhar com esse aluno", ressalta.
O aluno somente neste ano já sofreu quatro advertências e três ocorrências, por não realizar tarefas de casa, dormir em sala de aula, por estar sem material escolar, vocabulário inadequado, por colar em prova, por não entregar trabalho, por agressividade e desrespeito contra uma professora. "Ele está suspenso, pode retornar para a sala de aula somente amanhã (terça-feira ,19), desde a suspensão, ele deveria fazer atividades na biblioteca, porém, nesta segunda, veio até o colégio, foi preciso de três inspetores de alunos para bloquear a entrada dele na sala. Ele veio com o pai aqui no Colégio, tentou entrar, foi uma situação bem delicada, precisamos de ajuda com esse aluno, pois professores, funcionários e os alunos estão receosos com toda situação", finaliza.
Intolerância e violência geram alerta nas escolas da região
Ao menos dez situações envolvendo violência física e ameaça entre alunos foram registradas neste ano em escolas estaduais da região. Os dados repassados pela Patrulha Escolar de Apucarana evidenciam um problema que sempre existiu, mas que pode ter se agravado com a pandemia da Covid-19.
Situação mais recente foi registrada na semana passada em frente ao Colégio Barbosa Ferraz, em Ivaiporã, e envolveu duas alunas que se agrediram fisicamente. Há duas semanas, cinco alunos do Colégio Cívico-Militar Marquês de Caravelas, em Arapongas, se envolveram em uma briga dentro da sala de aula. Um deles estava armado com uma faca e ameaçou os demais. O jovem alegou que era alvo de bulliyng dos outros alunos.
O episódio de maior repercussão ocorreu mês passado no Colégio Estadual Polivalente, em Apucarana, com a briga entre alunas filmada pelos próprios colegas e disseminada pelas nas redes sociais. Outro conflito gravado e amplamente compartilhado na internet ocorreu no Colégio Estadual Padre Ângelo Casagrande, Marilândia do Sul há quase dois meses.
Diretores das duas ultimas instituições de ensino citadas acima adotaram procedimentos diante dos casos de violência que, na opinião deles, piorou neste ano. Helio Edmur da Silva, diretor do Colégio Estadual Polivalente de Apucarana, afirma que os estudantes retornaram às aulas presenciais mais intolerantes e agressivos. Na opinião do educador, os alunos se acostumaram com a liberdade que tinham durante as aulas remotas, no período de isolamento social imposto durante o período mais crítico da pandemia, e esse comportamento de descomprometimento continuou mesmo com o retorno das aulas presenciais.
Por, Sílvia Vilarinho
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