Na infância, o apucaranenseLuiz Fernando Sinzker, 31 anos, acompanhava as notícias do Jornal Nacional, quando viu imagens de uma crise de fome na África. Ele ficou pensativo e comentou com sua mãe que um dia estaria naquele lugar ensinando algo para aquelas pessoas. Hoje, anos depois, o engenheiro agrônomo está fazendo justamente isso. “Olho para trás e vejo Deus em vários momentos me chamando e me direcionando. É um chamado”, afirma o rapaz que vive há sete meses com a esposa, a também engenheira agrônoma Juliana Kath, 28 anos, em uma vila de Moçambique.
Os dois são missionários em tempo integral desde janeiro deste ano e atuam na gestão da Fazenda Mphatso, localizada na Vila Ulongué na área rural de Moçambique, com o objeto de torná-la autossustentável. O trabalho é uma parceria com a Igreja Reformada da América e a Igreja Reformada, de Moçambique. “A população daqui é 75% envolvida em trabalhos com a agricultura e depende dela para sobreviver. A gente veio para ensinar um pouco do nosso conhecimento para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas”, comenta Luiz Fernando.
Na comunidade onde moram, a população fala português, mas um grupo específico e que recebe os ensinamentos do casal, fala a língua local, o idioma chichewa. “A comunicação é uma das partes mais complicadas. Estamos aprendendo a falar a língua deles aos poucos”, conta.
O casal está em missão em uma área rural carente, mas Luiz Fernando destaca que o país é muito desenvolvido. “Aqui também moram pessoas instruídas e educadas, existe um campus de ciência agrárias que é federal, equivalente aos cursos de agronomia e zootecnia, além de pessoas com mestrado e doutorado, gerentes de banco”, esclarece.
Na missão, com apoio de seis pessoas, o casal está implantando uma série de culturas como feijão, batata, batata doce, mandioca. “Na horta tem tomate, repolho, cenoura, cebola, alho, beringela, pimentão. Só não se planta arroz aqui, o arroz é tudo importado e a base da alimentação deles é o milho”, afirma o agrônomo.
O casal está se preparando desde 2017 para o trabalho missionário iniciando a formação no Centro de Treinamento em Missões (CTMAIS), da MAIS - Missão em Apoio à Igreja Sofredora, na base em Colombo, no Paraná. De março de 2018 até setembro de 2019, serviram na base da mesma organização em Uganda, na África oriental, ministrando treinamentos de agricultura em dois campos de refugiados do país. Por conta da chegada pandemia, a missão sofreu um atraso, mas ambos acabaram partindo para Moçambique onde viverão nos próximos dois anos.
O engenheiro acredita que a experiência não é uma escolha dele e da esposa. “Nós não escolhemos estar aqui. Nós fomos escolhidos por Deus. Desde quando eu tinha menos de 10 anos, não recordo a idade, Deus trabalhava no meu coração e me direcionava para estar onde estou hoje”, relata.
Juliana afirma que também sempre teve vontade de ser missionária e, com apoio do marido, seguiu seu chamado também. “É uma satisfação poder ensinar um pouco do que sei para outras pessoas”, reforça.
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