A Praça Interventor Manoel Ribas, em Apucarana, no norte do Paraná, vem sendo alvo de críticas por parte de moradores que estão incomodados com a aparência decadente e abandonada do local. Entre os principais problemas citados está a presença de moradores de rua, usuários de drogas e a sujeira causada sobretudo pelas fezes de pássaros que impregnam bancos e os brinquedos do parque infantil.
O aposentado Antônio Manoel Costa, 76 anos, confessa que se sente inseguro quando passa pelo local, popularmente conhecido como Praça do Redondo. “Me sinto inseguro de passar por esse local, dependendo da hora. Até hoje não fui roubado, mas tem muita gente que já foi roubado”, desabafa.
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Costa também reclama da falta de manutenção do local que segundo ele está sujo com fezes de animais espalhados por todo o local. “Nós pagamos imposto e queremos a limpeza do local. É um espaço tão bonito que não está sendo cuidado”, reclama.
O projeto da praça foi elaborado em 1936 mas até 1951 não passava de um grande espaço descampado sem nenhuma infraestrutura urbana. No ano seguinte foi instalada uma fonte luminosa, que se tornou uma marca registrada do local. A aposentada Ana Silva Machado, 72 anos, afirma que lembra da primeira revitalização da praça e guarda na memória vários momentos de lazer junto com a família nos tempos áureos do ‘Redondo’.
“Antigamente nosso passeio era esse. Aqui não tinha lugar nenhum. Acabava a missa e nós vínhamos dar uma volta na Praça do Redondo”, recorda. Na opinião da aposentada, é preciso melhorar os banheiros da praça que não estão funcionando.
A moradora Cleusa Miliati, 72 anos, confessa que não frequenta a praça para lazer, mas passa pelo local diariamente e percebe que muitos trabalhadores que não podem ir para a casa no horário do almoço ficam no local.
“Precisa melhorar, retirar as arvores velhas e plantar novas, precisa de flores, precisa de bancos limpos, sombra para os trabalhadores. Eu só passo por lá de manhã, mas acho que seria necessário a presença de um guarda para vigiar o local”, comenta.
O apucaranense Valcir dos Santos, 38 anos, se incomoda com a presença de pedintes e usuários de drogas o que, na opinião dele, afasta famílias que procuram lazer. “A praça também está bem suja de fezes de pássaros. Acho que precisa de uma revitalização”, comenta.
Para arquiteto, solução é dividir praça
Uma proposta antiga que já foi discutida na Câmara de Vereadores sugere a divisão da praça e a construção calçadões nas laterais. A mudança, segundo o arquiteto Leonardo Britici que defende a ideia, traria ganhos comerciais com a expansão da área central e ampliaria as vagas para estacionamento de veículos.
“A ideia é abrir a praça e esticar a Avenida Curitiba até a Barra Funda que está pronta para se integrar ao centro. É possível criar um calçadão para o shopping e mais vagas de estacionamento, o que resolveria outro problema da cidade que é a falta de vagas no trânsito”, aponta.
Segundo Britici, o projeto não está concluído e para avançar é necessário um mapeamento do número de araucárias plantadas na praça. Por ser uma espécie ameaçada de extinção, as araucárias nativas não podem ser cortadas.
“É um projeto cortesia sem custo nenhum que estamos dispostos a fazer, pois a praça está abandonada, não se vê famílias nem crianças se divertindo. A nossa intenção é ajudar a cidade e esse é um problema antigo fácil de resolver”, assinala Britici.
Redondo tem função de rotatória, afirma secretário
Além de ser um espaço destinado ao lazer, a praça tem um formato que ajuda a escoar o trânsito vindo de cinco vias, afirma o secretário de Trânsito, Transporte e Inovação Carlos Mendes. Por isso, na opinião dele, dividir a praça ao meio não seria o ideal.
Pensando em melhorar a trafegabilidade no ponto, o secretário acredita que o ideal seria reduzir a praça para criar mais uma faixa de tráfego no trecho em frente ao Shopping Centro Norte. O tamanho da praça também comportaria a construção de vias de acesso para estacionamentos internos em ‘espinha de peixe’.
“A ideia é criar estacionamentos internos dentro da ‘rótula’ da praça. E sobraria espaço ainda para uma cobertura e quem sabe uma praça de alimentação. Essa é uma ideia mas pretendemos colocar isso no papel”, comenta.
Por Cindy Santos e Lis Kato.
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