Liderança ou demagogia na política?

Da Redação ·
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Políticas públicas não são meras palavras lançadas ao vento; elas constituem a base fundamental do progresso de uma nação. Contudo, é fundamental reconhecer que a implementação bem-sucedida dessas políticas está interligada diretamente à competência e integridade de nossos representantes políticos. No Brasil, a Constituição Federal destaca uma série de direitos sociais. No entanto, a realidade nos mostra que o abismo entre o que está escrito e o que se pratica é vasto e profundamente preocupante.

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Muitos políticos, em suas campanhas eleitorais, prometem mundos e fundos, utilizando a retórica como ferramenta principal para captar votos. Entretanto, uma vez no poder, escondem-se atrás de desculpas e justificativas, sendo a alegação da falta de recursos uma das mais recorrentes. Esta justificativa, por mais válida que possa parecer em certos contextos, frequentemente serve como um véu que encobre a incompetência ou a falta de vontade política de realizar mudanças significativas.

Quando um cidadão decide lançar-se na arena política e candidatar-se a um cargo público, deveria fazê-lo impulsionado por um genuíno desejo de servir e transformar a sociedade. A familiaridade com a realidade socioeconômica da posição que aspira é um requisito inegociável. É inaceitável que, após serem eleitos, estes representantes exibam um desempenho pífio, justificando sua inércia através de alegações de surpresa ou desconhecimento. Afinal, foram eleitos para serem solucionadores de problemas, e não meros observadores passivos das adversidades.

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O artigo 37 da Constituição esclarece os princípios que devem orientar a administração pública. No entanto, o cenário político atual nos faz questionar: estes princípios estão verdadeiramente sendo respeitados? A inserção do princípio da eficácia, por exemplo, é uma necessidade premente. Ser eficaz é entregar resultados, não somente prometê-los. Agentes políticos deveriam ser amarrados a metas tangíveis e, caso não as cumpram, deveriam ser responsabilizados de forma severa, inclusive com a perda de mandato.

A paralisação de serviços públicos essenciais sob a justificativa de falta de recursos é uma triste realidade que frequentemente assola o país. Enquanto isso, observamos alguns de nossos representantes gozando de privilégios em seus gabinetes luxuosos. Como podem, de suas poltronas acolchoadas, decidir sobre a interrupção de serviços que são vitais para os cidadãos, sendo que muitos dos quais já se encontram em situações vulneráveis?

Estudos recentes sobre eficiência em gastos públicos em áreas críticas, como saúde e educação, em municípios paranaenses, revelam discrepâncias alarmantes e municípios de nossa região de destacam negativamente nestes estudos. Tais estatísticas nos levam a questionar: onde está a falha? Estaria ela na gestão dos recursos ou na própria alocação de verbas?

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Políticas públicas não devem ser instrumentos de propaganda política. Elas devem ser norteadas por metas e objetivos mensuráveis e palpáveis. Infelizmente, a atual paisagem política é permeada por retóricas infladas e discursos demagógicos que raramente se traduzem em ações tangíveis.

É alarmante a quantidade de políticos que, com eloquência, falam sobre a importância dos direitos sociais, mas que, uma vez em posições de poder, falham miseravelmente em garantir esses direitos à população. Palavras sem ações concretas são vazias e, mais do que isso, são traiçoeiras. A sociedade brasileira merece mais do que promessas; ela clama por transformação real e duradoura.

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