“Sol de Primavera”: setembro é o mês da boa nova

Da Redação ·
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Imagem ilustrativa da notícia “Sol de Primavera”: setembro é o mês da boa nova
fonte: Video Tribuna

Beto Guedes escreveu em sua canção “Sol de Primavera”, que setembro é o mês da boa nova, de onde surge o amor e a esperança entre todos, florescendo com a primavera. Distantes do romantismo da música, o que temos visto se formar hoje é um olhar aguçado sobre o setembro amarelo e a preocupação com a saúde emocional de toda uma população. 

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Se na semana passada escrevi – citando Criolo – que todos estão perdidos, endosso hoje que, de fato, estamos doentes, mas de uma doença sem laudo médico. Nessa última semana, uma notícia do nosso jornal me chamou a atenção, tratando-se de um caso de violência doméstica. Infelizmente, uma notícia comum nos tabloides de todo o país. Entretanto, esse caso, um pouco mais incomum, tratava-se de violência contra um homem. Uma mulher prendeu o marido por dois dias em casa, o ameaçou com uma faca e jogou óleo quente nele. O que os comentários no site traziam, pode causar náusea em qualquer pessoa com o mínimo de sensibilidade. Eram piadas, chacotas e marcações de colegas em tom humorístico, como se tratasse de um episódio cômico de uma série qualquer. 

Não quero – e nem vou – relativizar a relação numérica entre o número de casos contra homens e mulheres, porém, quando foi que banalizamos a violência a tal ponto de a ignorarmos em troca de likes? Claro que você, caro leitor e leitora, pode-se perguntar: “ah, mas é só uma piada, que mal pode fazer? ”. Contudo, imaginemos cenários onde homens são também vítimas de violência e sentem-se agora intimidados a não relatarem, seja por vergonha ou pelo escárnio de ser “frouxo”, como um comentário trazia. Repito, uma coisa não anula ou inválida a outra, não quero “equilibrar” os sexos nesta violência do cotidiano. Mas essas mesmas pessoas que hoje fazem escárnios, compartilharam na semana que vem lindos posts e campanhas de empresas sobre o tal “setembro amarelo” e da importância de cuidarmos um dos outros. Que outro?

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Às vésperas de um “setembro amarelo”, um caso de transtorno de identidade apresentado no Fantástico – dando uma folga para a Larissa Manoela – demonstra como a população ainda desconhece e repudia os estudos sobre a saúde mental. Comentários sobre espíritos obsessores, encostos ou o próprio demônio, encheram as redes sociais, alguns até a chamando de atriz. Saúde mental não é só depressão e aquilo que você vê no Instagram. Se for para ser “solidário”, que seja com todos. Pare de hipocrisia, setembro é só um mês e uma cor, sem empático deve ser o ano inteiro.