O fim do ano e a eterna busca pelo fim

Da Redação ·
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fonte: Pixabay

O fim do ano se aproxima e com ele chega aquela sensação estranha, que mistura o alívio de missão cumprida com a esperança de novas oportunidades. O interessante é pensar que a data é apenas uma criação humana, uma vez que nada muda do ponto de vista da natureza ou biologicamente falando. O que será então que mexe tanto com a gente e como podemos aproveitar esse momento?

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Acontece que precisamos desses marcos referenciais como um ponto de fuga para nossas angústias. Afinal, quem aqui já não se animou na quinta-feira apenas por pensar que o fim de semana se aproxima? Saiba caro leitor e leitora, que isso tem se tornado cada vez mais comum, pois temos vivido intensamente ao ponto de exaustão e, quando não estamos mais estamos mais dando conta, focamos nosso último suspiro de que tudo dará certo. Ainda que cansados, pensamos que descansaremos no fim de semana, mesmo sabendo que isso não ocorrerá, pois sempre temos algo para fazer que ficou atrasado.

No fim do ano, que começa nos primeiros dias de dezembro, a energia é a mesma da quinta-feira, já não aguentamos qualquer atividade, mas a esperança pelas festas e pelo réveillon nos dá aquele último fôlego. E assim, caro leitor e leitora, vamos vivendo sempre em um mundo que ainda não existe, em um dia que ainda virá, na esperança de uma felicidade futura. Sei que parece pessimista – e um tanto mórbido -, mas há certa beleza nisso.

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A ideia de uma nova chance é o que nos mantém vivos também. Pense comigo por um minuto, quais são os seus planos para o início do novo ano? Parar de fumar, fazer dieta e exercícios, começar um curso, novos hábitos... sabemos que há grande chance de não concretizarmos, mas precisamos acreditar que sim. Isso se chama esperança e ela é sempre bem-vinda. Diferente dos animais, temos consciência da temporalidade, passado, presente e futuro. Amarguramos o passado e esperamos no futuro. Assim como o último fôlego de vida de uma pessoa em seu leito de morte, em que há uma melhora para que possa realizar todas as despedidas e dizer o que precisa ser dito, a esperança é o que nos dá força para fazer o que ainda não fizemos.

Temos que viver o hoje, pois o foco no futuro nos causa apenas ansiedade, pois não temos controle sobre o que ainda não existe. Amargar o passado também nada resolve, pois o que está feito não pode ser alterado. Aqui está a beleza da vida, entender que não é possível viver buscando o seu fim, seja da semana ou do ano, mas ter a força e a esperança de mudar o presente.