A vida e a obra de Van Gogh e o Setembro Amarelo

Da Redação ·
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fonte: Reprodução/pixabay

Vincent Van Gogh foi um artista holandês que teve, talvez, uma das mais conturbadas trajetórias de vida. Todos já viram ou ouviram falar de alguns de seus quadros, como “A noite estrelada”, “Girassóis”, “A casa amarela”, “O quarto em Arles” ou seus inúmeros autorretratos. O que talvez nem tantos saibam, é que ele viveu uma vida de anonimato, sendo apenas após a sua morte – um suicídio é a versão mais aceita – aos 37 anos, é que ganhou o reconhecimento de sua genialidade, grandeza e sensibilidade. 

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Van Gogh vendeu apenas um quadro em vida. Isso mesmo, apenas um quadro dentre os milhares que produziu, além de seus desenhos inacabados e tantas outras manifestações de seu espírito. Saiba, caro leitor e leitora, que esse texto não é uma aula de história da arte, ainda que esse seja também o meu ramo, mas uma história de vida. O artista Van Gogh morreu sem saber o quanto era espetacular, morreu sem saber que era tão especial que, em sua época, fora incompreendido, desprezado e descartado. 

A trágica história de Vincent, para ser ainda mais dramatizada por seus fãs, foi narrada com requintes de detalhes que a documentação não nos permite confirmar. Dizem por aí que Van Gogh consumia tinta amarela, para tentar tirar alegria de sua cor. O amarelo, o fazia sentir feliz, logo – na visão de entusiastas – ele bebia dessa cor. Esse fato, nunca comprovado e pouco provável, seja pelo custo das tintas naquele momento, seja pelo seu uso em diversas obras, tenta corporificar o que é espiritual, que é muito mais difícil de entender. 

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Alguns remetem a Van Gogh a escolha da cor amarela no mês de setembro, em que o dia 10 de setembro é o Dia Internacional de Combate e Prevenção ao Suicídio, ainda que haja outras explicações, como a do jovem Mike Emme que se suicidou aos dezessete anos em seu Mustang Amarelo, em 1994. De toda forma, seja qual for a explicação, a morte prematura de Van Gogh aos 37 anos, sem qualquer reconhecimento ou glória, é um tema que não podemos ignorar. 

Às vezes, caro leitor e leitora, esperamos tanto a aprovação de outras pessoas, que esquecemos de nos ver como dignos de tal aprovação – se é que ela deveria existir. Passamos a vida toda tentando provar que somos dignos de amor, admiração, espaços, respeito, emprego, vagas, carinho... e no fim, esquecemos de ser quem somos, para ser quem gostariam que fossemos. 

Van Gogh pintou tantos autorretratos quanto possível, pintou com chapéu, com e sem barba, até com a orelha cortada. Ainda assim, foi incapaz de ver a grandiosidade de sua personalidade. Ele foi todo como alucinado, um doente, sendo internado diversas vezes. Com a responsabilidade que o tema exige, não posso minimizar as questões patológicas a ele atribuídas, entretanto, não estaria doente também a sociedade que o forjou? Quando pintou “Os comedores de batatas”, inspirado em Gustave Millet – um pintor do realismo – Van Gogh denunciava a desigualdade social e desesperança de sua época. 

Há em velórios mais elogios do que em festas de aniversário. Talvez estejamos lidando errado com a vida e a morte. Nunca é tarde para mostrar a alguém o quanto ela é especial, valorize, se importe, demonstre. E você que parou que enxergar as cores, só existe uma pessoa que realmente importa a opinião... ame-se mais, viva mais. O que Van Gogh poderia ter feito se tivesse vivido mais do que seus 37 anos? Era só o começo. 

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