Mais de 2,7 mil postos de trabalho com carteira assinada foram criados entre janeiro a maio de 2024 na região. O saldo positivo se deve ao bom desempenho da indústria que abriu mais de 1,2 mil vagas no período, juntamente com o setor de serviços que criou mais de 1,1 mil empregos. A agropecuária, comércio e a construção civil também contribuíram com o saldo regional. O saldo representa um aumento de 26% em comparação com período homólogo do ano anterior. Os são do Cadastro de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho.
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O maior saldo acumulado é o de Arapongas, com 1.058 postos de trabalho, a maioria criada pela indústria (619). Somente o segmento de fabricação de móveis abriu 483 vagas de emprego. O setor de serviços é outro ramo de atividade que ajudou a incrementar o saldo do município com 546 vagas com a construção civil que criou 20. O comércio e a agropecuária perderam 127 vagas de trabalho.
Apucarana atingiu o segundo maior saldo acumulado da região, com 887 vagas de emprego, a maioria criada pela indústria (419). Somente o segmento de confecção de artigos de vestuário foi responsável 153 vagas. Também fecharam com saldo positivo serviços (247) comércio (155), construção (15) e agropecuária.
O terceiro maior saldo é o de Jandaia do Sul com 344 vagas. Novamente, a maioria gerada pela indústria com 337 postos de trabalho. Tiveram saldo positivo a construção civil (27) e o setor de serviços (27), enquanto a agropecuária (-7) e comércio (-40) fecharam com saldo negativo.
Segundo o economista Rogério Ribeiro, professor da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), o saldo acumulado nos últimos 12 meses está em 2.518 postos de trabalho, o que indica uma dinâmica consistente no mercado de trabalho regional.
No mês de maio, entretanto, a geração de empregos desacelerou, com saldo de apenas 6 novos postos de trabalho em toda a região. Tiveram bom desempenho os setores de serviços, agropecuária e construção civil que juntos somaram 193 postos de trabalho. O comércio e a indústria, entretanto, perderam 187 vagas de emprego. Os municípios com os melhores saldos são: Arapongas (52), Arapuã (33) e Cambira (22). Em contrapartida, os municípios que perderam maior número de postos de trabalho foram Apucarana (-102), Jandaia do Sul (-45) e Godoy Moreira (-15).
Incertezas são fatores de risco, diz economista
Para o economista Rogério Ribeiro, o desempenho de maio quebrou um ciclo de alta.“Realmente o mês de maio de 2024 teve um saldo baixo de geração de empregos, ao que podemos considerar questões particulares de empresa ou empresas específicas, ou mesmo uma questão conjuntural que estamos vivenciando com a instabilidade econômica gerada pelas incertezas acerca da condução da política econômica, com a pressão inflacionária e com a inércia do governo federal em construir instrumentos de política econômica para conter o déficit nas contas públicas. A manutenção da Selic em patamares elevados e a expectativa de taxa de juros elevada por mais tempo gera uma apreensão nos investimentos no setor produtivo que reflete no mercado de trabalho”, acrescenta o economista Rogério Ribeiro.
De acordo com ele, essas incertezas ainda não impactaram o mercado de trabalho regional em virtude da dinâmica em setores industriais com demanda estável, como as indústrias de confecções em Apucarana e do mobiliário em Arapongas, por exemplo. “O que pode gerar problemas futuros é se as incertezas e a inércia governamental se manterem por um tempo mais prolongado, o que poderá afetar o setor produtivo regional e, consequentemente, a geração de empregos”, analisa.
Paraná tem terceiro melhor desempenho nacional
O Paraná foi o terceiro estado que mais gerou empregos formais em todo o Brasil nos cinco primeiros meses de 2024, de acordo com o Caged. Entre janeiro e maio, foram gerados 96.019 novos postos de trabalho em todo o Estado, resultado da diferença entre as 880.456 admissões e os 784.437 desligamentos registrados em 2024.
O Paraná ficou atrás somente de São Paulo (328.685) e Minas Gerais (133.412), que são estados mais populosos. Na sequência, com menos empregos criados do que o Paraná, estão Santa Catarina (84.481), Rio de Janeiro (73.310), Goiás (58.813) e Rio Grande do Sul (47.125). Em todo o Brasil, o saldo positivo de empregos no acumulado do ano foi de 1.088.955.
“Este índice confirma mais uma vez o bom momento da economia paranaense, resultado da vinda de investimentos de peso para o Estado e do trabalho de desburocratização que o Governo tem feito para facilitar a contratação de trabalhadores”, afirma o governador Carlos Massa Ratinho Junior.
Por Cindy Santos e AEN