Os municípios da região têm 556 pessoas em situação de rua listadas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal, o CadÚnico. O número cresceu 10,5% desde o começo do ano, segundo dados disponíveis no site da Ministério da Cidadania. Em janeiro, o número chegava a 503 nos 26 municípios do Vale do Ivaí mais Arapongas.
Apucarana concentra 285 pessoas em situação de rua cadastradas no CadÚnico, enquanto Arapongas outras 187. As demais estão distribuídas 12 municípios.
Estão no cadastro dos programas sociais pessoas que residem efetivamente nas ruas e também a população atendida em casas de acolhimento. Como o CadÚnico é autodeclaratório, o número não é considerado um retrato fiel por profissionais que atuam na área de assistência social, levando em conta os atendimentos realizados.
Em Apucarana, o Centro Pop, que é o Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua, faz 25 atendimentos por dia, em média.
A Secretaria de Assistência Social afirma que não tem um número exato de pessoas atendidas por mês. Em agosto, o Centro Pop concedeu 2.076 benefícios, que incluem desde segunda via de certidão de nascimento, banho, almoço, café, jantar, cobertores, material de higiene, serviços de lavanderia até distribuição de vale-transporte. Em muitos casos, o mesmo morador de rua recebeu vários benefícios.
Segundo a secretária Ana Paula Nazarko, o número do CadÚnico não corresponde aos atendimentos realizadas.
A Casa de Misericórdia, que atende pessoas carentes e moradores de rua na cidade, atende atualmente 130 moradores em situação de rua. Todos estão cadastrados no CadÚnico, segundo Luciano de Oliveira Henrique, que atua na coordenação da entidade.“Em situação de rua não significa exatamente que não tenha família ou abrigo. Pode ser que não tenha uma localização específica. Além disso, o cadastro (do CadÚnico) é autodeclaratório”
- Ana Paula Nazarko, Secretaria de Assistência Social
Segundo ele, os moradores garantem, dessa forma, acesso aos benefícios sociais e auxílios ofertados pelos governo federal estadual. Luciano explica que maioria dos atendidos pelo projeto é de Apucarana, mas, por diversos motivos, perderam contato com a família ou não um lugar para ficar.
Em Arapongas, o Centro Pop atendeu 133 pessoas em agosto, sendo 113 homens e 20 mulheres. Entre as pessoas atendidas está uma criança de 7 anos, que estava acompanhada dos pais. Foram, no total, 1.170 atendimentos realizados durante o mês, o que inclui mais de um serviço que pode ter beneficiado o mesmo morador de rua.
Voluntários entregam marmitas em Apucarana
A apucaranense Vera Lúcia Forastieri participa há sete anos de um projeto social da Paróquia Cristo Profeta, que entrega marmitas para moradores de rua da cidade. Toda segunda-feira e toda última quinta-feira do mês, ela e mais outros voluntários saem de van pelos bairros entregando comida e também um pouco de afeto para os moradores de rua.
Ela afirma que são entre 60 e 80 pessoas vivendo nas ruas da cidade efetivamente. O número, segundo Vera, já foi maior, quando mais de 100 pessoas chegavam a ser atendidas a cada saída da equipe em anos anteriores.
Além da comida, o grupo leva remédios, roupas, ajuda a arrumar emprego e encaminha para atendimento médico quando necessário. Não faltam também momentos de oração.“A marmita é a forma com que a gente se aproxima, mas não é o principal. A gente conversa e leva também um pouco de amor para essas pessoas”
- Vera Lúcia Forastieri, voluntária
As marmitas são preparadas pelos próprios voluntários às segundas-feiras. Nas últimas quintas do mês, o trabalho é realizado em parceria com um grupo de outros voluntários. Eles ofertam a comida e o pessoal da paróquia faz a distribuição de van. “A gente conhece quase todos que moram na cidade. É relação de tentar cuidar, como um irmão”, completa Vera.
Veja o número de moradores de rua nos municípios da região
Por, Fernando Klein