Em sete anos, a região ganhará mais de 3,8 mil moradores e atingirá o ápice populacional, com mais de 468,9 mil pessoas vivendo nos 27 municípios do Vale do Ivaí mais Arapongas, no norte do Paraná. É o que mostra a projeção divulgada nesta terça-feira (17) pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
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Conforme o estudo, em 2025 a região terá 465.140 habitantes, sendo 51,1% mulheres e 48,8% homens. A faixa etária com maior número de pessoas será a entre 40 e 44 anos. Em 2032, as mulheres continuarão sendo maioria na região e representarão 51,2% da população, enquanto os homens serão 48,72%. A faixa etária com maior número de pessoas será a entre 50 e 54 anos. A proporção de pessoas idosas aumentará de 19,7 para no período 23,5 e o índice de envelhecimento saltará de 104,92 para 142,12.
O estudo mostra que Apucarana também terá um ápice populacional em 2032, com 135.543 pessoas. Entretanto, o Ipardes projeta que nos anos seguintes o maior município da região perderá moradores, sendo que em 2039 Apucarana terá praticamente a mesma quantidade de habitantes que Arapongas, ambos com mais de 133 mil. Em 2041, Arapongas deve atingir população de 134,3 mil pessoas e ultrapassará Apucarana que terá 132 mil, conforme projeção do instituto.
Em 25 anos, a projeção do Ipardes aponta que Arapongas terá 133.859 pessoas, um crescimento de 7,2% em comparação a 2025, cuja projeção é de 124.834 pessoas. Apucarana terá 127.056 habitantes, queda de 5,3% em comparação com 2025, que tem projeção de 134.305.
Já a população do Vale do Ivaí mais Arapongas será de 445.356 pessoas em 2050, formada por 51,4% de mulheres e 48,59% homens. O índice populacional é 4,45 menor que o projetado para 2025.
Paraná
O estudo do Ipardes mostra que a população paranaense ficará cada vez mais concentrada em grandes centros urbanos. Até 2050, 26 cidades deverão concentrar cerca de 60% dos habitantes do Estado. Hoje, 22 municípios contam com mais de 100 mil habitantes, segundo o Censo 2022: Curitiba, Londrina, Maringá, Cascavel, São José dos Pinhais, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu, Fazenda Rio Grande, Colombo, Araucária, Sarandi, Toledo, Guarapuava, Campo Largo, Piraquara, Umuarama, Arapongas, Almirante Tamandaré, Paranaguá, Apucarana, Pinhais e Cambé. Para 2050, esse número crescerá 18%, chegando a 26 cidades. Pato Branco, no Sudoeste, e Paranavaí, no Noroeste, devem se juntar à lista.
Já na estimativa populacional do IBGE de 2024, Campo Mourão (Centro-Oeste) e Francisco Beltrão (Sudoeste) já contam com mais de 100 mil habitantes em 2024.
As projeções também apontam que Curitiba e Londrina continuarão com as maiores populações no Estado, sendo a primeira acima de 1 milhão de habitantes (a única do Paraná) e a segunda com mais de 500 mil – também a única. Maringá aparece na sequência, com 474 mil moradores.
Cascavel e São José dos Pinhais devem ultrapassar Ponta Grossa, com as três cidades acima de 400 mil residentes. Foz do Iguaçu, Fazenda Rio Grande, Colombo e Araucária fecham a lista de cidades mais populosas do Estado, segundo a projeção, cada uma acima de 200 mil habitantes.
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do Paraná deverá crescer até 2044, chegando a 12,46 milhões de habitantes e, a partir de 2045, reduzir até chegar a 12,40 milhões em 2050. Nacionalmente, o ponto de inflexão na curva será atingido três anos antes, em 2042, quando a população brasileira começará a reduzir gradativamente, chegando a 215,2 milhões.
O secretário de Estado do Planejamento, Guto Silva, afirmou que as projeções populacionais auxiliam os gestores públicos na construção de ações mais eficazes e condizentes com a realidade. “Esses dados nos fazem refletir sobre as políticas públicas, sobre os investimentos, dando uma orientação de como estará o Paraná para os próximos anos, com destaque para o envelhecimento. Em 2050, teremos cerca de 30% da população com mais de 60 anos, e o número de crianças e jovens encolhendo”, destacou.
Ele observa que isso aponta, por exemplo, que será necessário construir menos creches e mais espaços para idosos. “Do ponto de vista orçamentário, vai exigir um incremento nas áreas da ação social, da saúde, justamente por esse envelhecimento da população. O Paraná está envelhecendo e isso significa mais qualidade de vida, o que é bom, mas, por outro lado, temos que olhar o ponto de vista econômico, com a redução da população economicamente ativa para poder trabalhar e produzir”, acrescentou.
REGIÕES
Na contramão do Estado e do País, as Regiões Geográficas Intermediárias de Cascavel e Maringá devem seguir com suas populações crescendo mesmo com o cenário de redução estadual, com 2,51 milhões e 2,19 milhões, respectivamente, no final da primeira metade do século XXI.
A Região de Curitiba, que atualmente conta com 4,20 milhões de habitantes, crescerá até 2046, com o ponto de inflexão a partir de 2047. Entretanto, continuará com um número superior ao registrado em 2024, chegando a 2050 com 4,44 milhões de moradores. As Regiões de Guarapuava, Londrina e Ponta Grossa terão suas populações reduzidas no período.
Entre 2025 a 2035, cerca de 153 municípios deverão apresentar taxas positivas de crescimento. Já entre 2035 e 2050, este número cairá para 102. Em termos de comparação, no último período censitário, de 2010 a 2022, 229 municípios apresentaram este desempenho.
Isoladamente, as cidades que terão sua população aumentada de forma mais expressivas nos próximos 25 anos são Floresta, com 179,29% (passando de 12.173 para 33.998 habitantes); Mandaguaçu, com 125,93% (de 35.948 para 81.219); Vitorino, com 91,98% (de 10.731 para 20.601); Sabáudia, com 78,65% (de 9.725 para 17.393); Pontal do Paraná, com 76,70% (de 33.891 para 59.884); Sarandi, com 61,02% (de 130.263 para 209.750); Fazenda Rio Grande, com 58,45% (de 165.369 para 262.033); Francisco Alves, com 57,37% (de 8.724 para 13.729); Iguaraçu, com 56,45% (de 5.787 para 9.054); e Cambira, com 51,43% de crescimento em sua população (de 10.215 para 15.469 habitantes).
“Com esses dados, os prefeitos eleitos ou reeleitos terão à disposição informações para o planejamento das políticas municipais, como as relacionadas à saúde e educação”, ressaltou o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado.
Ele destacou que a dinâmica de populações do Paraná é bastante heterogênea. “Nós vamos ter um aumento até 2044, depois uma redução da população de jovens e aumento da população de idosos. A concentração ocorrerá nos locais onde já temos mais de 100 mil habitantes, incluindo também as regiões metropolitanas do Paraná”, concluiu.
Os contingentes populacionais projetados podem subsidiar o planejamento e a elaboração das políticas públicas do Estado, fornecendo parâmetros para a tomada de decisões, incluindo a construção de indicadores que exigem a variável populacional. Além disso, contribuem para que a sociedade e as organizações possam prever a demanda por produtos e serviços.
Escrito por Cindy Santos com Agência Estadual de Notícias do Paraná.