O médico preso dentro de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) de Novo Itacolomi, na última segunda-feira (08), é suspeito de envolvimento com uma facção criminosa do Ceará, no Nordeste. Um outro médico e um advogado também foram presos nesta semana durante a Operação Extramuros da Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Ceará (Ficco/CE), que inclui integrantes da Polícia Federal (PF) e da Polícia Civil (PC-CE).
O outro médico foi preso em Garça (SP). Já o advogado foi capturado no município de Várzea Grande (MT). Eles são suspeitos de praticarem lavagem de dinheiro para o grupo criminoso cearense.
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Durante a operação foram apreendidos imóveis e veículos pertencentes ao grupo criminoso. A Polícia Federal informou que foram identificadas movimentações financeiras superiores a R$ 30 milhões nas contas dos investigados.
Além das prisões, foram deferidos 13 mandados de prisão e autorizadas buscas e apreensões em 44 endereços em cidades do Ceará, Pará, Maranhão, Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Acre e Pernambuco.
Segundo reportagem do jornal Diário do Nordeste, a operação revelou que uma facção criminosa cearense criada em 2021 - a partir da dissidência de uma facção carioca - tinha tentáculos em outros estados do Brasil e até na Bolívia. O grupo atuava na lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. Segundo as investigações, a organização criminosa movimentou ao menos R$ 33 milhões em 41 contas bancárias, que foram bloqueadas pela Justiça.
Segundo declaração dada ao jornal pelo delegado da Polícia Civil do Ceará (PCCE) cedido à Ficco, Paulo Renato, os médicos brasileiros "são formados na Bolívia. Estavam exercendo a função legalmente no Interior de São Paulo e Paraná, mas enquanto moravam na Bolívia emprestaram os nomes e as contas bancárias para esse esquema de lavagem de dinheiro".
Ainda conforme a reportagem do jornal Diário do Nordeste, os médicos repassavam o dinheiro enviado pela facção cearense para traficantes bolivianos, em troca de um pagamento.
O médico de Novo Itacolomi era formado na Bolívia e foi contratado via programa “Mais Médicos”, do governo federal. A Prefeitura informou que não tinha queixas do profissional, que atuava como clínico geral em uma UBS.
Com informações do G1 Ceará e Diário do Nordeste