Foi pelas redes sociais, que o médico Lucas Pires Augusto, de 32 anos que morreu vítima de Covid, no último sábado, dia 08, deixou sua última mensagem. Também foi pelas redes sociais que a família lamentou o impacto da perda. A irmã dele, Gabriela Pires concedeu uma entrevista ao portal G1. "Esse vírus é muito traiçoeiro, ele nunca tinha sido internado, não tinha nenhuma doença associada. Ele lutou pela vida até o último minuto. Isso tudo foi muito assustador pra gente”, se emocionou.
Lucas Pires postou uma passagem bíblica citando o livro de Romanos, capítulo 8, versículo 28. O trecho é utilizado por aqueles que estão buscando a paz e aceitam o que está acontecendo. Foi o que o médico descreveu em seu post ao dizer: “Faria tudo outra vez. Sei que Deus é Soberano sobre todas as coisas”. No mesmo apelo, ele revela que pegou a doença – coronavírus – fazendo o que mais amava.
Para os familiares do médico, aquilo já era uma despedida. A morte dele causou grande comoção pelas redes sociais, entre os amigos e na cidade de Ivaiporã, depois que todos souberam da sua história de superação.
Lucas era novo, mas pela experiência que impunha em seu trabalho, era um neurocirurgião que podia estar trabalhando nos Estados Unidos, segundo a família. Mas estava atuando, como se referiu numa cidade do interior, “Cuidando dos meus pacientes com amor e dedicação”, estava destacado em sua postagem.
Ele não resistiu às complicações causadas pela incidência da Covid-19 e morreu no hospital, deixando dois filhos, Isabella e Benjamin.
Segundo a irmã de Lucas, ele teria sido infectado em atendimento a paciente que estava contaminado com a doença. “Mas ele só soube dias depois da consulta sobre o diagnóstico positivo. Quando soube do resultado dessa paciente, fez o teste que deu negativo. Dias depois, ao sentir o primeiro sintoma já foi para o hospital onde ficou internado”, detalhou Gabriela.
Carioca, Lucas morou em Cataguases, Minas Gerais e formou-se em escola pública até a faculdade, onde fez medicina pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba. Ele fez residência médica em São Paulo, pela Universidade São Paulo – USP, mas ganhou notoriedade como neurocirurgião, quando a dois anos fez parte da equipe que separou gêmeas siamesas que eram unidas pela cabeça. Maria Ysabelle e Maria Ysadora. No procedimento complexo realizado em cinco etapas, participaram cirurgiões norte-americanos e especialistas do Hospital das Clínicas da USP, em Ribeirão Preto (SP).
A família também lamentou o fato de Lucas ter morrido com o vírus que também vitimou o médico americano James Goodrich de morte em Nova Iorque, no início da pandemia em solo americano.
Pires era Neurocirurgião e trabalhava na linha de frente do combate ao coronavírus, no Hospital Bom Jesus, de Ivaiporã.
Com G1 - Paraná