Depois da soja, a colheita do milho safrinha segue com cenário muito favorável, tanto na produtividade do grão quanto no mercado, que se apresenta com ótimos preços em um desempenho que surpreendeu produtores. Valorizado no mercado internacional e pela cotação do dólar, o milho estava sendo cotado ontem na região de Ivaiporã a R$ 51 a saca de 60 quilos, preço 76% maior que a cotação no mesmo período do ano passado, quando a saca era negociada a R$ 29.
O agricultor Paulo Adriano de Souza, que plantou 150 alqueires de milho, projeta uma safra rentável e comemora o lucro resultante da valorização do grão. “Preço e produtividade estão acima do que esperávamos neste ano”.
Ele conta ainda que deve fechar a temporada com média de 230 sacas por alqueire. “As primeiras áreas colhidas sofreram mais com a seca, estavam rendendo em torno de 200 sacas. Mas o milho que está sendo colhido agora está num padrão muito bom, cerca de 260, 270 sacas”, disse Souza.
Conforme o agrônomo Fernando Soster, da Coamo, 60% da safra já foi colhida na região. Embora atrasada, as chuvas da semana passada – foram cerca de 400 mm - não chegaram a causar maiores prejuízos às lavouras. “Nós retornamos a colheita praticamente na terça-feira e o milho está vindo com volume muito bom e não perdeu a qualidade em razão do excesso de chuva”, comentou Soster.
Para o agrônomo apesar das intempéries, principalmente pela longa estiagem que a região atravessou, a safra do milho safrinha vem com uma produtividade muito boa, acima do que era esperado, surpreendendo os produtores. “O milho que vai ser colhido agora tínhamos ideia que iria reduzir a produtividade, mas isso não aconteceu e continua bem em todas as regiões. Era esperado em torno de 180 sacas por alqueire, mas para o fechamento geral estamos prevendo média entre 220 a 230 sacas, o que é uma produtividade muito boa. Tem produtor colhendo em algumas áreas até 300 sacas”.
Cotação
Outro motivo de comemoração dos produtores, é com relação aos preços do cereal, que mesmo com a colheita da segunda safra avançando em todo o estado, permanece bom e com expectativa de permanecer nesses patamares até o final do ano.
Conforme Domingos Carlos Fontana gerente da unidade da Coamo de Ivaiporã, boa parte da safra já foi comercializada e exportada, no entanto, muitos produtores ainda aguardam um melhor momento para venderem seu produtos.
“O agricultores aqui da região estão vindo de uma safra cheia de soja, com preços ótimos e está capitalizado. E esse milho que não foi comercializado ainda, a tendência é que o produtor guarde para venda futura. Temos uma demanda por exportação forte, existe uma pequena redução na produção dos Estados Unidos e o mercado chinês está vindo buscar milho no Brasil”.
Fontana diz ainda que os preços internacionais do milho futuro seguem firmes, na quarta-feira (26) no mercado futuro na B3 que regula o comércio de milho (base Campinas) o cereal estava à R$ 61,00. “Hoje, aqui no nosso mercado já ultrapassou os R$ 50,00. Não tem nenhum fator hoje, que fala que vai desvalorizar o milho, a não ser que o dólar volte a um patamar de R$ 4,00 que é coisa que não estamos acreditando. A tendência, com os dados de hoje, é continuar o milho muito valorizado até o final do ano”.