Presos escavam túnel e conseguem escapar da cadeia pública de Ivaiporã

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 05/04/2018
Presos escavam túnel e conseguem escapar da cadeia pública de Ivaiporã

Presos da cadeia de Ivaiporã conseguiram escapar por um túnel. A fuga foi descoberta no início da tarde. Ontem, a  Polícia Civil ainda não tinha feito a contagem oficial para identificar quantos detentos conseguiram escapar, o que deve ser feito hoje com o apoio de agentes da Seção de Operações Especiais (SOE) de Londrina.  

Três fugitivos foram recapturados pela Polícia Militar (PM) nas proximidades da Colônia da Prefeitura, no Jardim Guanabara. A última fuga da unidade aconteceu em outubro de 2016, contudo, em pouco mais de um ano houve pelo menos outras seis tentativas foram frustradas, todas elas através de túneis. 

Na fuga de ontem, a saída do túnel foi localizada perto da porta do Instituto de Identificação do Paraná, que fica anexo a 54ª Delegacia Regional de Polícia. A cadeia de Ivaiporã foi construída em 1976 e tem capacidade para 32 presos. Ontem, antes da fuga abrigava quase 180 detentos. 

Conforme o delegado Gustavo Dante, a fuga já vem sendo anunciada há muito tempo. “O Governo do Estado sabe, mas infelizmente fica essa situação. A população fica a 'Deus dará'. E hoje estamos correndo atrás de preso, amanhã de novo e de novo. Isso é o mesmo que enxugar gelo. A Polícia Civil e Militar faz o que pode, mas é humanamente impossível segurar isso aqui", reclama o delegado.

O servidor público Augusto Machado que trabalha no Posto do Instituto de Identificação conta que enquanto os presos fugiam famílias eram atendidas no local. “Havia crianças fazendo identidade. O perigo de invasão e alguém ser tomado como refém foi real. Ficamos numa situação bastante difícil”, relata. 

Machado diz ainda que os moradores de Ivaiporã estão fragilizados diante da situação da cadeia. “A sociedade hoje é vitima de uma situação caótica do serviço público. São 180 presos no centro da cidade, temos escolas próximas, várias famílias morando ao redor da cadeia, o risco é constante”, completa. 

OBRA NUNCA FEITA

A Cadeia de Ivaiporã tinha originalmente 10 celas, porém com o excesso de presos e depois de duas rebeliões, as portas das grades e solários foram arrancadas. Para melhorar a segurança e dar melhores condições de vida aos detentos, em 2016, o Conselho Comunitário de Segurança (Conseg) se mobilizou e garantiu recursos para executar reformas na infraestrutura na carceragem. Parte dos materiais chegaram a ser comprados, mas a obra nunca pode ser tocada porque dependia de transferências temporária de presos.