Na madrugada desta terça-feira (25), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná (MPPR) deflagrou uma operação em São João do Ivaí.
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Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na sede da prefeitura e em outros locais ainda não divulgados.
O Ministério Público do Paraná cumpriu sete mandados de busca e apreensão na Operação Grigori, que apura possíveis irregularidades em contratações realizadas pelo Município de São João do Ivaí. A suspeita é de enriquecimento ilícito de agentes políticos, familiares destes e pessoa jurídica privada, a partir do desvio de recursos públicos.
As investigações, que tramitam sob sigilo, são conduzidas pela Promotoria de Justiça de São João do Ivaí. As ordens judiciais, expedidas pela Vara da Fazenda Pública da comarca, foram cumpridas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em endereços relacionados aos alvos das investigações, sendo um deles a Prefeitura.
É apurada a ocorrência de possíveis contratações, pelo Executivo Municipal de São João do Ivaí, de pessoas sem concurso público e de empresas sem licitação ou outras formas de contratação previstas em lei (processo seletivo simplificado e inexigibilidade de licitação, entre outros).
O que diz a prefeitura
A prefeita de São João do Ivaí, Carla Suzi Emerenciano (União Brasil), disse à reportagem do TNOnline que não foi alvo desta operação, no entanto, ela enxerga uma ação de cunho pessoal.
"Eu avalio essa ação como algo de caráter eleitoreiro, para tentar denegrir a minha imagem, mesmo que isso não me envolva diretamente. Eu não fui alvo da investigação, eles não me procuraram, não fizeram perguntas, nem vieram à minha casa. Eu vejo que é uma questão bastante particular, visto que esse promotor que conduziu a operação, que é da nossa comarca, se declara impedido das ações que interferem o meu principal opositor político por ter foro íntimo com essa pessoa. Vejo que assim ele passa a ser parcial contra a minha pessoa", disse.
Os documentos levados pelo Gaeco, segundo a prefeita, já estariam disponíveis no Portal da Transparência.
"Levaram alguns documentos de contratação através de registro de pagamento autônomo (RPA). Levaram poucos documentos, porque é pouca coisa. Mas todos os documentos que levaram já estão disponíveis há bastante tempo no Portal da Transparência. Não tem nenhum documento que não estava já no nosso portal. Então, todas as contratações são regulares, diferentemente do que o Ministério Público divulgou", afirma.
A chefe do executivo afirma que acredita que esta ação se deu por conta das eleições municipais estarem se aproximando.
"Eu ainda nem me declarei como pré-candidata, então vejo que é uma ação para barrar uma possível pré-candidatura da minha parte", finaliza.