Colégios da região têm 91 alunos com “altas habilidades”

Autor: Da Redação,
domingo, 25/12/2022
A partir de 2023, mais cinco estabelecimentos de ensino estaduais da região com educação em tempo integral vão contar com esse trabalho

O Núcleo Regional de Educação (NRE), de Apucarana, tem matriculados 91 alunos enquadrados no conceito de Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD).  A identificação destes estudantes foi realizada mediante protocolos criados, especificamente, para atender esse público que participam de atividades especiais de enriquecimento curricular nas escolas para estimular as suas potencialidades. 

Os 91 alunos com “altas habilidades” pertencem a seis municípios que integram o NRE de Apucarana. São 36 de Apucarana (17 no Colégio José de Anchieta, 10 no Colégio Antônio dos Três Reis, 7 na Escola Francisco Antônio de Souza e 2 no Colégio Vale do Saber);  21 em Cruzmaltina (Colégio Padre Gualter); 14 em Jandaia do Sul (9 no Colégio Rui Barbosa e 5 na Escola Carlos de Campos); 12 em Novo Itacolomi (Colégio Tomé de Souza); 6 em Marumbi (Colégio Marumbi) e 2 em Faxinal (Colégio Érico Veríssimo). 

A técnica pedagógica Marjorie Bueno Felipetto, coordenadora da área de Altas Habilidades/Superdotação dno NRE de Apucarana, explica que três colégios da região contam com Salas de Recursos Multifuncionais de Altas habilidades/Superdotação: José de Anchieta, em Apucarana; Padre Gualter, em Cruzmaltina e Tomé de Souza, em Novo Itacolomi. Os demais alunos estão distribuídos em colégios estaduais com educação em tempo integral, que também contam com profissionais habilitados para identificar esses estudantes.

A partir de 2023, mais cinco estabelecimentos de ensino estaduais da região com educação em tempo integral vão contar com esse trabalho: Colégio Ivanilde de Noronha, de Arapongas; Escola Humberto de Alencar, de Borrazópolis; Escola Humberto de Alencar, de Jandaia do Sul; Colégio Abrahan Lincon, de Kaloré; e Colégio Tancredo Neves, de Marilândia do Sul. 

O conceito de altas habilidades/superdotação só passou a fazer parte da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que regulamenta a educação no País, em 2013. Na rede pública estadual do Paraná, segundo Marjorie, os professores que atuam na educação especial têm formação específica na área e somente eles podem conduzir, em conjunto com a equipe pedagógica das escolas, os procedimentos de identificação de estudantes com altas habilidades/superdotação. 

A Deliberação nº 02/2016, do Conselho Estadual de Educação do Paraná, afirma que os alunos com altas habilidades/superdotação são “aqueles que apresentam potencial elevado e grande envolvimento com uma ou mais áreas do conhecimento humano, isoladas ou combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade”. 

Majorie explica que os alunos podem ser identificados pelos professores das escolas com Salas de Recursos de Altas Habilidades/Superdotação (SRM) e também por professores com habilitação em educação especial, que atuam nas escolas de tempo integral.   “A participação do professor especialista ou habilitado em educação especial é imprescindível para validação do procedimento”, afirma. 

A coordenadora da área no NRE de Apucarana observa que os professores seguem no Paraná o protocolo de identificação criado pelas especialistas Suzana Graciela Pérez Barrera Pérez e Soraia Napoleão Freitas, que autorizaram o uso por parte da Secretaria de Estado da Educação (Seed). 

 Alunos são diferenciados, mas não “gênios”

A técnica pedagógica Marjorie Bueno Felipetto, coordenadora da área de Altas Habilidades /Superdotação (AH-SD) no Núcleo Regional de Educação (NRE), de Apucarana, afirma que ainda há falta de informação sobre os alunos identificados como AH/SD. 

Segundo ela, há um “falso entendimento” de que um aluno identificado com essas características precisa dominar todas as habilidades (intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade), sendo uma espécie de “gênio”. “Muitas vezes, o estudante tem apenas aguçada uma dessas habilidades. Pode ser um aluno muito avançado em matemática, em música ou em desenho”, exemplifica.  

Marjorie afirma que a identificação desses estudantes é fundamental para estimular as suas qualidades e interesses especiais, além de potencializar essas características. “Para estes estudantes devem ser organizados planos de atendimento diferenciados, voltados especificamente para as suas especificidades. Eles também vão participar de vários projetos, o que acaba por desenvolver ainda mais as suas potencialidades”, assinala.

Ela afirma que o ideal seria que toda as escolas contassem com salas de recursos multifuncionais de altas habilidades/superdotação ou desenvolvessem um trabalho de altas habilidades. No entanto, observa que o número de colégios com esse trabalho vem aumentando no Paraná.

Por, Fernando Klein