Uma das cidades de referência no Vale do Ivaí, no Norte Central do Estado do Paraná, Ivaiporã vive horas dramáticas decorrentes das fortes chuvas que caem desde a noite de domingo (30) e prosseguiram durante a madrugada e manhã desta segunda-feira (31). Dezenas de equipes da Copel, Sanepar, prefeitura e defesa civil estão mobilizadas para tentar amenizar os impactos do vendaval que atingiu a cidade no sábado (29) e da tempestade das últimas horas.
Ivaiporã está sem água, vem enfrentando problemas de abastecimento de energia elétrica e está com mais de 3 mil pessoas isoladas na área urbana por conta de alagamentos provocados pelo rio Pindauva, que saiu da calha em vários pontos, destruindo pelo menos nove bueiros e pontes. A prefeitura está ampliando os estoques de lonas e telhas para atender famílias que tiveram casas destelhadas na cidade e na zona rural e mantendo mobilizadas todas as equipes das secretarias e maquinários para agilizar o socorro à população atingida.
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O prefeito Luiz Carlos Gil (PSD) informou, na manhã desta segunda-feira, que estavam sendo finalizados os primeiros laudos e levantamentos sobre os danos do vendaval e do temporal para decretar o estado de emergência no município, ainda durante esta tarde (31). Ele informa que a cidade já estava em estado de emergência no sistema da Defesa Civil desde o vendaval, que fez estragos em toda a cidade, no sábado (30).
Na manhã desta segunda-feira (31), o prefeito esteve reunido com secretários municipais, defesa civil, representantes da Copel e Sanepar para traçar as estratégias de atendimento às populações urbana e rural. “A situação está bastante complicada por aqui”, resumiu o prefeito, falando do vendaval de sábado, seguido pelo temporal de domingo à noite e madrugada de segunda-feira. “Só nas últimas quatro ou cinco horas, registramos mais de 140mm de chuvas na cidade”, disse, no final da manhã desta segunda-feira (31).
Na reunião, o prefeito foi informado que a cidade iria ficar sem água já partir do horário de almoço desta segunda-feira (31). A estação de tratamento de água da Sanepar, na cidade, está debaixo d’água por causa da enchente no Pindauva e o reservatório local tinha água suficiente para atender a demanda local apenas até o meio dia.
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As equipes de obras da prefeitura foram ao interior registrar os pontos de maior dano e já contabilizava, pela manhã, a destruição de nove bueiros e pontes e diversos pontos de interdição de estradas rurais por causa das cheias nos rios e riachos do município.
Na área urbana, informou o prefeito, pelo menos 3 mil pessoas estão isoladas com a enchente do Pindauva. E algumas dessas famílias esperam ajuda com lonas e telhas, além de estarem sem energia elétrica e sem água.
O prefeito informou que a Copel está com 36 equipes próprias, vindas das regiões de Guarapuava e de Curitiba, atuando em Ivaiporã para restabelecer os serviços de energia no município. Na manhã desta segunda-feira (31), pelo menos duas escolas da cidade dispensaram os alunos por conta de estarem com telhados danificados pelo vendaval e por ainda estarem sem energia elétrica. “Infelizmente, estamos com gente sem energia elétrica na Zona Rural desde sábado porque as equipes não conseguiram trabalhar em razão das enchentes”.
De acordo com as informações repassadas pela Copel ao prefeito na manhã desta segunda-feira, pelo menos 5 mil unidades consumidoras da cidade ainda estavam sem energia elétrica, o que deve chegar a próximo de 10 mil pessoas.
O prefeito Luiz Carlos Gil informou, ainda, que assim que oficializar o estado de emergência, por decreto, pretende, também, iniciar contatos com o Governo do Estado em busca de recursos e ajuda para recuperar a cidade dos danos registrados no fim de semana.
Segundo Gil, pelo menos cinco famílias da cidade foram desalojadas por conta do vendaval e das chuvas e há previsão que outras famílias sejam desalojadas. Além de ampliar os estoques de telhas e lonas para socorro dos atingidos, o prefeito de Ivaiporã informou que o Centro da Melhor Idade estava sendo usado para abrigar essas famílias. O local recebeu colchões e outros recursos para abrigar provisoriamente os desalojados.
OUTRAS CIDADES EM ALERTA
As fortes chuvas registradas nas últimas horas em todo o Vale do Ivaí causaram danos em diversas cidades e na zona rural, com a destruição de estradas, bueiros, pontes, e provocando prejuízos para agricultores. Há registros de prejuízos em Faxinal, Mauá da Serra, Rosário do Ivaí, Rio Branco do Ivaí, Grandes Rios, Jardim Alegre e Lidianópolis.
Em Rio Branco do Ivaí, Rosário do Ivaí e Grandes Rios, a população vem sofrendo problemas principalmente nos serviços de energia elétrica e água. Em Rio Branco, os usuários estão sem sinal de celular desde sábado (29) e há quedas constantes de energia elétrica desde então. A população está em alerta, com risco de ficar isolada ainda nesta segunda-feira, caso as chuvas fortes persistam. O rio está cheio e há possibilidade de atingir a ponte de acesso a cidade ainda nesta segunda-feira.
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Em Rio Bom, o prefeito Moisés José de Andrade disse que também há possibilidade de decretar estado de emergência no município. “Ainda estamos fazendo os levantamentos e contabilizando para ver se vamos precisar tomar essa medida”, disse, na manhã desta segunda. Segundo o prefeito, vários pontos do município registraram interdição de estradas rurais por causa das cheias dos rios, com dezenas de alagamentos e algumas casas atingidas, inclusive na área urbana. “A estrada rural que liga a Novo Itacolomi estava fechada agora de manhã (segunda, 31) por causa de um trecho grande, alagado”, disse.
No sábado (29), a cidade também foi atingida pelo vendaval, com o registro de alguns destelhamentos na cidade. Uma fábrica de jeans foi um dos locais destelhados. “Estamos correndo atrás para socorrer quem precisa de ajuda. Mas as chuvas atrapalham até um levantamento mais preciso da situação”, disse.
Em Godoy Moreira, o prefeito Primis de Oliveira informou que o clima é de alerta na cidade, desde o vendaval de sábado e com as chuvas fortes dos últimos dias. “Estamos com falta de água em vários pontos da cidade por conta da queda de postes de energia elétrica. As equipes estão trabalhando para os reparos necessários”, informou. A cidade também contabiliza danos com destelhamentos, inclusive do prédio da prefeitura, e prejuízos na zona rural, com várias estufas danificadas. “Alguns pontos das estradas rurais foram alagados, mas já no domingo conseguimos desobstruir os principais acessos, principalmente na região do Terra Dura e do Borboleta, que ainda estão sem energia”, disse o prefeito, na manhã desta segunda-feira (31).