A atriz Klara Castanho, de 21 anos, se manifestou neste domingo (26) pela primeira vez para agradecer as mensagens de apoio que recebeu após ter divulgado uma carta aberta, na noite deste sábado (25), em que revelou que entregou um bebê fruto de um estupro que sofreu para adoção.
"Eu amo você, e não é dessa vida. Obrigada, Tais", escreveu a artista na postagem em que a atriz Tais Araújo, que postou uma mensagem de carinho e apoio ao momento delicado de sua vida.
“Klara, te mandei uma mensagem no privado, mas me achei na obrigação de vir te acolher publicamente, já que a violência que sofreu e a sua dor tornaram-se públicas sem que fosse um desejo seu, sem que fosse garantido o seu direito à privacidade. Te conheço desde criança, conheço sua mãe, sua família e tenho muito respeito e amor por vocês. Se cuide, se proteja e se preserve. Todo meu amor e respeito”, escreveu a atriz Taís Araújo.
Klara Castanho também interagiu em uma publicação em que a escritora Thalita Rebouças diz que 'não soltará de suas mãos'. "Te amo com todo meu coração", postou ela. “Uma foto pra falar sobre empatia. A gente fala, fala mas não pratica, né? Impressionante. Klarinha é mais que amiga. Depois de três filmes juntas ela virou minha filha do coração. E esse post é só pra dizer o quanto eu te amo e que eu tô com você, Klara. Segurando sua mão. Hoje e sempre”, escreveu Thalita.
Em postagem do ator Bruno Mazzeo, que já viveu seu pai nos cinemas, a atriz deixou um agradecimento especial pelo cuidado e carinho com ela. "Obrigada por esse cuidado tão grande. Obrigada!", escreveu Klara.
Em sua postagem, Mazzeo escreveu: “Posto essa minha foto com Klarinha porque acho que ela simboliza, de alguma maneira, o carinho que sinto por ela. Fui seu pai no cinema, pude conhecer de perto, além do seu talento, a sua doçura. Acabo de ler o terrível relato postado por ela e lamento profundamente que a gente viva num mundo de valores completa e escrotamente invertidos. Seja por ignorância, seja por ódio, seja pelo inacreditável prazer de sentir ódio. Sou homem. Incapaz de sentir na pele a dor de um estupro. O que não me impede de ter a certeza de que ela é dilacerante, causa marcas profundas e cicatrizes eternas. Eu sinto muito, Klarinha. Às pessoas covardes e pequenas me parece impossível pedir empatia. Pois que coloquem suas cabeças nos seus travesseiros e tentem dormir com a sua consciência pela conquista do objetivo por likes e clicks (e votos). Queria poder dar um abraço na Klarinha e ver de perto esse sorriso doce que há de voltar ao seu rosto, por mais que, internamente, a lágrima por essa dor vá cair para sempre. Meu carinho, Klara. Minha solidariedade. E meu respeito pela coragem de se expor numa dor tão íntima. Pode ter certeza de que não vai ser em vão”.
Klara ainda comentou uma publicação da atriz Carol Castro, com quem trabalhou em três novelas na TV Globo. "Carol, meu amor. Obrigada por estar e sempre ter estado aqui. Te amo. Só te amo mil vezes", disse Klara.
No Twitter, Klara Castanho também deixou curtidas em postagens de famosos e amigos que manifestaram apoio após o revelar que deu entregou um bebê fruto de um estupro que sofreu para adoção
O QUE SE SABE SOBRE O CASO
Em um longo desabafo, Klara Castanho destacou que, embora seja uma pessoa pública, sempre prezou por manter sua vida afetiva longe dos holofotes. Entretanto, após ter a privacidade violada por terceiros, decidiu explicar o que aconteceu.
Conforme detalhou, ela foi estuprada e optou por não denunciar o caso às autoridades por sentir "vergonha e culpa", além de acreditar que, ao "fingir" que o episódio não aconteceu, "talvez esquecesse".
Na ocasião em que foi abusada, a atriz diz que tomou pílula do dia seguinte e realizou alguns exames clínicos. Passado algum tempo, se sentiu mal e foi ao médico. Foi então que descobriu a gravidez e quando teve início um novo suplício, não apenas por ter que carregar o fruto de uma violência sexual, mas também por ter sido destratada pelo profissional que a atendeu, que não foi empático com sua dor, mesmo após revelar que foi estuprada.
Incapaz de criar um filho fruto de um estupro, Klara Castanho optou pela doação do bebê que gerou e fez todos os procedimentos legais, conforme ordena as leis brasileiras para esse tipo de situação. Entretanto, quando teve a criança, ela diz ter sido ameaçada por uma enfermeira, que quis levar o caso a público por meio da imprensa.
Castanho diz ainda que não demorou para que jornalistas passassem a procurá-la, ainda no hospital, para questionar sobre a gravidez e a adoção, mas, ao explicar para eles que o filho foi fruto de uma violência, os repórteres se comprometeram em não publicar matéria a respeito. Até que o assunto ganhou força nas redes sociais.
"A verdade é dura, mas essa é a história real. Essa é a dor que me dilacera. No momento, eu estou amparada pela minha família e cuidando da minha saúde mental e física. Minha história se tornar pública não foi um desejo meu, mas espero que, ao menos, tudo o que me aconteceu sirva para que mulheres e meninas não se sintam culpadas ou envergonhadas pelas violências que elas sofram. Entregar uma criança em adoção não é um crime, é um ato supremo de cuidado. Eu vou tentar me reconstruir, e conto com a compreensão de vocês para me ajudar a manter a privacidade que o momento exige. Com carinho, Klara Castanho."
Com informações Splash/UOL