O governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e do Paraná, Ratinho Junior (PSD), participaram juntos nesta quarta-feira, 23, de um evento organizado pelo banco Santander, em São Paulo. Os três são cotados como nomes da oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições ao Palácio do Planalto em 2026. Eles participaram de um painel com debate sobre investimentos. Um dos principais pontos enfatizados no evento foi sobre a necessidade das parcerias público privadas nos Estados e a desestatização de grandes companhias de serviços. O governador de São Paulo, por exemplo, destacou a importância da privatização da Sabesp. "A Sabesp é o nosso grande projeto (de venda). Com certeza vai ser a maior privatização do país nesses próximos anos. Pelo porte da empresa. Estamos falando da maior companhia de saneamento do Brasil", enfatizou ele. Segundo Tarcísio, a privatização permitirá ampliar investimentos da companhia, antecipar metas, universalizar o serviço e reduzir tarifas. Também participante do evento, Romeu Zema tem planos semelhantes em seu Estado. Ele enviou à Assembleia Legislativa de Minas Gerais uma proposta de mudança na Constituição mineira para acabar com a necessidade de referendo para vender a Cemig e a Copasa. Segundo ele, o objetivo é privatizar as duas companhias até o final de seu mandato, em 2026. Ratinho Junior, da mesma forma, tem trabalhado fortemente em busca de privatizações no Estado, com projetos de injeção de capital privado na Copel e na Sanepar. Juntos, Tarcísio, Zema e Ratinho Junior atuam, com outros governadores do Sul e do Sudeste, em um consórcio criado para fazer frente à mobilização de chefes do Executivo do Nordeste, que têm conseguido mais recursos federais para aquela região. Ao defender a criação do grupo, o mineiro chegou a gerar polêmica, em entrevista ao
Estadão, ao se referir aos Estados do Nordeste como "vaquinhas que produzem pouco". A fala foi alvo de forte reação de chefes de Executivo e políticos da região, o que prejudicou a estratégia de nacionalização do governador mineiro. Em relação a 2026, Tarcísio tem afirmado que não pretende ser candidato e que vai apoiar quem o presidente Jair Bolsonaro definir que será o nome de seu grupo político. Contudo, com o ex-chefe de Estado inelegível e sem a viabilização de outros nomes, aliados especulam que Bolsonaro pode acabar apontando justamente para o governador de São Paulo. Pesa contra essa possibilidade o fato de Tarcísio ainda estar em primeiro mandato, podendo optar por uma reeleição teoricamente mais fácil do que uma disputa nacional. Diferentemente dele, Ratinho Junior e Romeu Zema já estão em segundo mandato e estarão diante da decisão de um projeto nacional ou candidaturas ao Senado em seus respectivos Estados. Além deles, outro governador frequentemente especulado como pré-candidato a 2026 é o titular do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB).