O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou, em seu pronunciamento à Nação no Palácio do Planalto, que a grande marca do seu terceiro mandato será o combate à desigualdade, em todas as suas formas. Lula disse que seu governo vai cuidar de todos, mas, sobretudo, daqueles que mais necessitam, tirando o "pobre da fila do osso" e colocando-o de novo no Orçamento Público.
"Foi para combater a desigualdade e suas sequelas que nós vencemos a eleição. Esta será a grande marca do nosso governo. Dessa luta fundamental surgirá um país transformado. Um país de todos, por todos e para todos. Um país generoso e solidário, que não deixará ninguém para trás", disse.
Segundo Lula, os governos do PT deixaram um "imenso legado" no combate à fome, mas destacou que "não quer viver de passado". "Longe de qualquer saudosismo, nosso legado será sempre o espelho do futuro que vamos construir para este país."
Em seu segundo pronunciamento à Nação após sua posse como 39º presidente do Brasil, o petista ainda citou que, nos governos anteriores do partido, houve conciliação entre crescimento econômico recorde e inclusão social, citando conquistas sociais do PT. "O Brasil Se tornou a sexta maior economia do mundo, ao mesmo tempo em que 36 milhões de brasileiras e brasileiros saíram da extrema pobreza."
Recriação de ministérios
Lula disse que seu governo combaterá discriminações raciais, de gênero e contra os povos indígenas. Por isso, de acordo com ele, os ministérios ligados a estes grupos foram recriados por seu governo.
"É inaceitável que continuamos a conviver com preconceito, discriminação e racismo. Ninguém será cidadão ou cidadã de segunda classe", disse Lula à multidão que acompanha o discurso na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
"Ninguém terá mais ou menos amparo do Estado, ninguém será obrigado a enfrentar mais obstáculos pela cor de sua pele", acrescentou, emendando que por isso o Ministério da Igualdade Racial será recriado.
O mesmo motivo levará a gestão a estabelecer o Ministério dos Povos Indígenas, que, segundo Lula, combaterá um legado de 500 anos de desigualdade com relação aos povos originários. "Eles (indígenas) não são obstáculo ao desenvolvimento, são guardiões dos nossos rios e florestas", disse ele. Lula disse que os territórios indígenas precisam ser demarcados.
O presidente afirmou ainda que seu governo combaterá a desigualdade e a violência de gênero. Ele afirmou que é inaceitável que mulheres sofram violência e assédio dentro e fora de casa, e que no trabalho, recebam salários inferiores aos de colegas homens que exercem as mesmas funções.
Em seu discurso, Lula disse que a desigualdade social do País precisa ser combatida. "É inadmissível que os 100 bilionários brasileiros tenham patrimônio equivalente aos 100 milhões mais pobres. E não adianta subir o vidro do automóvel de luxo para não os nossos irmãos que se amontoam debaixo dos viadutos, carentes de tudo."