Em debate promovido pelo jornal Folha de S.Paulo em parceria com o portal UOL entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) criticou o arcabouço fiscal do atual governo em que seu partido votou contra na Câmara dos Deputados. "Tinha problemas que criariam risco de haver cortes em programas sociais. Eu acredito que é plenamente possível ter responsabilidade fiscal com responsabilidade social", rebateu.
O psolista ainda disse que entende a estratégia de Tabata Amaral (PSB), candidata que o questionou sobre o tema, mas que não iria rebatê-la.
Boulos justificou que ambos estão no mesmo campo político e ele está mais preocupado em enfrentar dois bolsonaristas, que são Pablo Marçal (PRTB) e Ricardo Nunes (MDB).
Não obstante, o deputado federal ainda criticou a fala do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB) que exaltou as características liberais e a responsabilidade fiscal de sua gestão. "São Paulo está com o maior orçamento em caixa da sua história e qual o legado que o Nunes deixou tendo isso em mãos?", questionou.
Mudanças de posicionamento
No mesmo debate, Guilherme Boulos respondeu sobre mudança de posições durante a corrida eleitoral e pediu foco nos problemas da cidade. Ele afirmou que não nega sua "história, compromissos e valores". "Se tem uma coisa que ninguém pode dizer de mim é não ter coerência com meus princípios. Aliás, é por isso que sou tão atacado nas eleições, por isso que me chamam de radical. Não nego minha história, compromissos e valores."
Além disso, ele retrucou, dizendo que deveria se discutir os problemas da capital. "Tenta-se fazer um debate ideológico numa eleição municipal, onde se deveria discutir os grandes temas da cidade. Alguém acha que quem sai cedo lá do Jardim São Paulo é o São Luís? A ocupação dele é a Venezuela ou é o ônibus lotado?."
O candidato também cutucou Nunes por mudança no posicionamento em relação ao passaporte da vacina. "Estava ouvindo aqui o debate anterior sobre o tema da vacina, que nesse sim, Ricardo Nunes mudou de posição."