A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na quinta-feira, 21, em segunda votação, o orçamento da cidade para 2024. O valor é de R$ 111,8 bilhões, o que representa um aumento de 16,6% em comparação ao aprovado para este ano. Esse total estará disponível para o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em ano eleitoral. O projeto foi enviado pelo prefeito à Câmara em 29 de setembro e foi aprovado de forma simbólica, ou seja, sem contagem de votos. As bancadas do PT e do PSOL se posicionaram contra a proposta. Em ano que concorre à reeleição da Prefeitura, Nunes terá R$ 3,8 bilhões para aplicar em programas de habitação. O valor é o orçamento da Secretaria de Habitação, que passou de R$ 2,5 bilhões em 2023 para R$ 3,8 bilhões, quase 50% a mais. A habitação é a principal bandeira de seu adversário, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP). Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi à capital paulista em demonstração de apoio a Boulos na corrida pela Prefeitura. Não por acaso, os dois participaram juntos de evento da assinatura do contrato de início de obras do empreendimento habitacional Copa do Povo, que faz parte do programa do governo federal Minha Casa, Minha Vida, na Zona Leste de São Paulo.
ReaçãoO prefeito respondeu ao ato. Durante entrega de 109 moradias populares pela prefeitura no dia 20, na Vila Olímpia, Nunes falou em reeleição e alfinetou Boulos. "É muito fácil as pessoas dizerem que defendem a habitação, que defendem não sei o quê, e a entrega, zero. O importante é isso aqui, concretizar o sonho." Outra medida popular que alavanca Nunes na corrida eleitoral e está prevista no orçamento é a tarifa de ônibus municipais grátis aos domingos. A Secretaria de Mobilidade e Trânsito recebeu o incremento de 67%, comparado ao orçamento deste ano, chegando a R$ 10,4 bilhões. O valor prevê os gastos com a implementação do novo programa. O prefeito andou de ônibus no domingo passado, dia 17, para lançar o programa. Passageiros reclamaram sobre a tarifa gratuita ser implementada no único dia que têm para descansar e não em dias úteis. Defendida ao longo dos anos pela esquerda, em movimentos como o do Passe Livre (MPL), a proposta deve invadir as campanhas eleitorais de 2024. Adversários de Nunes avaliam que esta pode ser a bandeira que ele precisa para se reeleger. O orçamento da SPTrans, uma entre as empresas que recebem subsídio da prefeitura, passará de R$ 10,8 bilhões para R$ 12,1 bilhões em 2024, representando mais de 81% da verba destinada às empresas. A secretaria que ficou com a maior parte do orçamento foi a de Educação, com R$ 21,8 bilhões, seguida pela pasta da Saúde, com R$ 17,8 bilhões. Entre as subprefeituras, a Sé é a primeira colocada, com R$ 127 milhões, seguida pela de São Mateus, com R$ 74 milhões. As informações são do jornal
O Estado de S. Paulo.