O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) acertou nesta quinta-feira, 10, que participará de agendas em São Paulo ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB) nas próximas semanas. Segundo apurou o Estadão, Bolsonaro também comunicou a integrantes do MDB que está disposto a gravar para o horário eleitoral do prefeito.
Membros da cúpula do MDB se reuniram nesta quinta-feira, 10, em um almoço na casa de Fabio Wajngarten, ex-secretário de Bolsonaro e principal ponte entre o ex-presidente e a campanha. Bolsonaro participou por videoconferência e reiterou seu apoio, colocando-se novamente à disposição do grupo. Entre os presentes estavam o presidente do partido de Nunes, deputado federal Baleia Rossi (SP), que também é coordenador da campanha à reeleição do prefeito.
A expectativa é que Bolsonaro venha a São Paulo no dia 22, na semana que antecede o segundo turno. A programação inclui um grande almoço em um bairro populoso da cidade, além de entrevista coletiva à imprensa e uma agenda religiosa, possivelmente um culto em uma igreja evangélica. O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente, também deve acompanhá-lo nas agendas ao lado do prefeito.
Aliados de Bolsonaro afirmam que, após um primeiro turno marcado por idas e vindas, o clima entre o ex-presidente e a campanha agora é de maior alinhamento. Nesta quinta-feira, durante entrevista ao programa Balanço Geral, o prefeito sinalizou a possibilidade de aceitar indicações de Bolsonaro para seu secretariado, mencionando inclusive o nome do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes. A declaração foi bem recebida pelo entorno do ex-presidente.
Também nesta quinta, as duas primeiras pesquisas feitas após o primeiro turno paulistano mostraram larga vantagem de Nunes sobre Boulos no segundo: 52,8% a 39% segundo o Paraná Pesquisas, 55% a 33% de acordo com o Datafolha.
Integrantes do alto escalão da campanha de Nunes consideram que a participação de Bolsonaro no segundo turno será essencial para atrair lideranças da direita e fortalecer o apoio do eleitorado conservador ao prefeito, especialmente após Pablo Marçal (PRTB) ter rejeitado declarar voto em Nunes. O ex-coach, que passou a campanha atacando o "comunismo" e a "esquerda", divulgou uma nota liberando seus eleitores para votarem "de acordo com suas convicções".