Chefe da Casa Civil do Paraná cobrava 10% de propina de obras, diz delator

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 01/09/2017

BELA MEGALE

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O dono a construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, que detalhou em delação premiada um esquema de desvios de escolas públicas do Paraná, relatou que chefe da Casa Civil do Estado e deputado federal licenciado, Valdir Rossoni (PSDB), também recebeu propina do esquema.

Segundo o delator, Rossoni, quando era presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, o apresentou a Maurício Fanini, diretor da Secretaria de Educação apontado como responsável por operar os desvios para o governador Beto Richa (PSDB).

Souza relatou que o esquema de direcionamento de licitações e a simulação da construção das escolas públicas no Paraná feito pela construtora Valor começou em 2011 com os contratos vencidos pela empresa em Bituruna, reduto eleitoral de Rossoni no Paraná.

A reportagem teve acesso à delação.

O delator contou que Gerson Silva, assessor de Rossoni e hoje funcionário da Casa Civil, acertou o repasse de 10% de propina ao na época deputado estadual. Segundo Souza, os pagamentos eram feitos na sala do próprio Gerson, dentro da Assembleia Legislativa do Estado.

O empreiteiro disse que em três ou quatro oportunidades que viu Rossoni o político o chamou e falou: "e aí Eduardo [Souza], tem coisa boa para mim hoje?, esfregando as mãos".

Afirmou ainda que a Valor ganhou sete licitações em Bituruna que somaram R$ 6 milhões.

Do montante, diz ter repassado cerca de R$ 460 mil a Rossoni. Detalhou ainda que foi cobrado a pagar mais R$ 140 mil para integrar os 10% da propina combinada. No entanto, a cifra não foi paga porque uma fiscal bloqueou um pagamento de R$ 300 mil para a construtora Valor.

OUTRO LADO

A reportagem não conseguiu contato com Rossoni, que tem negado as irregularidades quando se pronuncia sobre o assunto.