Gilmar Mendes diz que falta de sanções contribuiu para o crescimento das abstenções na eleição

Autor: Da Redação,
domingo, 02/10/2016

CAMILA MATTOSO

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O número de abstenções aumentou nesta eleição, atingindo 17,58% dos eleitores contra 16,41% registrados no ano de 2012.

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Gilmar Mendes, afirmou que a ausência de sanções contribui para o cenário.

Ele afirmou que a migração interna da população, que muda de cidade sem mudar o domicílio eleitoral, também eleva a contagem.

"Estamos fazendo um esforço no sentido de chamar os eleitores para as urnas. Nós temos aqui o debate sobre a obrigatoriedade do voto, que deve fazer parte do núcleo básico da reforma política. Podemos observar que as sanções impostas aos que não vão às urnas não faz com quem a obrigatoriedade do voto se traduza em uma obrigação acompanhada de sanções. O nosso esforço é em persuadir as pessoas a irem votar", declarou.

Para Gilmar Mendes, no entanto, o número não é significativo. Ele lembrou que as abstenções foram menores do que em 2014 (19,4%). A meta é diminuir para 5%.

CUSTO E LEGADO

O presidente do TSE também confirmou a projeção de custo da eleição: R$ 650 milhões, valor maior do que os R$ 483 milhões de 2012.

Os valores doados para as campanhas, por causa das novas regras, diminuíram em 60%, também em comparação com as últimas eleições municipais, fazendo com que esta edição fosse mais "modesta" dos que as passadas.

Para Gilmar Mendes, o legado deixado pelas mudanças da lei foi o maior rigor com as prestações de conta dos candidatos.

"É difícil dizer se [o novo formato da eleição] estimula o caixa dois. O verdadeiro legado das eleições é o maior controle no que diz respeito a prestação de contas. Estamos fazendo um enorme esforço para que a prestação não seja um 'faz de conta'. Estamos fazendo uma verificação grande com isso", afirmou.