SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), candidato a reeleição, disse ter certeza que nem ele e nem o tesoureiro da sua campanha de 2012 serão citados em investigações de caixa dois.
"O que eu te asseguro é que nem eu e nem o meu tesoureiro, que foi escolhido por mim, vamos ser citados", disse nesta terça-feira (26) em sabatina realizada por Folha de S.Paulo, UOL e SBT.
O prefeito respondia a pergunta sobre a atuação do publicitário João Santana em sua campanha de 2012. Preso na Operação Lava Jato, o marqueteiro disse em depoimento à Justiça que o "98% das campanhas no Brasil utilizam caixa dois".
"Quem responde pela minha campanha sou eu e o meu tesoureiro, não é o tesoureiro dos diretórios", disse Haddad, referindo-se aos diretórios municipal, estadual e nacional do PT. O ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto foi preso e condenado em primeira instância na Lava Jato.
Na última eleição, o então vereador Chico Macena (PT) cuidou das finanças da campanha de Haddad. Hoje ele é secretário na gestão do prefeito.
O petista afirmou ainda que teve o cuidado de comparar os valores dos contratos de publicidade de 2012 com os do então candidato José Serra (PSDB), que ele derrotou, para se certificar de que os valores eram compatíveis aos de mercado.
"A campanha do Serra foi quase que equivalente à minha. Tive o cuidado de ver se estavam assinando os valores compatíveis com os da campanha de José Serra, os valores de mercado, para evitar suposições e ilações", afirmou, acrescentando que o objetivo era fazer um padrão que "fosse verossímil" para a Justiça Eleitoral.
"Tanto é verdade que as contas foram aprovadas sem nenhum problema", completou.
Ao longo desta semana e da próxima, estão sendo sabatinados os candidatos com mais intenção de voto no principal cenário da última pesquisa do Datafolha. São eles: Celso Russomanno (PRB), com 25%, Marta Suplicy (PMDB), com 16%, Luiza Erundina (PSOL), com 10%, e Fernando Haddad (PT), com 8%.
João Doria (PSDB), com 6%, foi sabatinado na semana passada.