Advogados e procurador voltam a discutir em audiência da Zelotes

Autor: Da Redação,
quinta-feira, 28/01/2016

GABRIEL MASCARENHAS
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Cena que vem se tornando rotineira na ação penal relativa à Operação Zelotes, advogados bateram boca com o representante da Procuradoria da República na Justiça Federal em Brasília.
A defesa do réu Halysson Carvalho Silva afirmou durante a audiência que seu cliente vem sendo assediado para fechar um acordo de delação premiada com o Ministério Público. A afirmação deu início ao embate.
O procurador responsável pelo caso, Frederico Paiva, acusou o advogado responsável pelo protesto, João Alberto Soares Neto, de estar sendo antiético.
"Conheci seu pai, que era advogado e agia com ética. Quero que se faça uma representação à OAB [Ordem dos Advogados do Brasil]", criticou Paiva.
O advogado Marcelo Leal, que representa o lobista Alexandre Paes dos Santos, fez coro à queixa do colega, reafirmando que os réus têm sido procurados para aderirem à delação. O procurador reagiu e disse que só procurou José Ricardo da Silva, outro lobista que responde ao processo.
"Por mudanças no paradigma do Judiciário brasileiro, a tática agora [das defesas] não é mais defender o mérito [das acusações]", disparou Frederico Paiva, causando revolta entre as defesas.
O advogado Marcelo Leal voltou a reagir, elevando a temperatura na sala de audiência.
"Quero que o procurador nomeie uma tática chicaneira. A sua afirmação é muito grave e atinge a advocacia nacional. As pessoas estão sendo acusadas por suposições. Em nome da OAB, da qual pertenço, quero fazer um protesto às palavras de vossa excelência", retrucou Leal.
AUDIÊNCIA
Nesta quinta-feira (28) estão previstos depoimentos de 13 testemunhas, arroladas pelos réus Fernando Cesar Mesquita, ex-diretor de Comunicação do Senado; Lytha Spíndola, ex-servidora da Casa Civil; e Vladimir e Camilo Espíndola, advogados e filhos de Lytha.
Até o momento, seis testemunhas já foram ouvidas.