SÃO PAULO, SP, 10 de março (Folhapress) - O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse hoje querer apuração rigorosa de denúncias contra o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Robson Marinho, suspeito de envolvimento em esquema de pagamento de propina na área de energia do Estado quando foi secretário da Casa Civil, no governo de Mário Covas.
O jornal "Estado de S. Paulo" revelou hoje documentos enviados pela Suíça sobre uma conta secreta em Genebra pertencente a Marinho, com o montante de R$ 1,1 milhão. A suspeita do Ministério Público Federal é que o dinheiro seja proveniente de propina. Marinho nega possuir dinheiro no exterior. O documento apresentado, porém, tem sua assinatura e a de sua mulher, Maria Lúcia de Oliveira Marinho.
"Em relação ao Robson Marinho, acho que tem que apurar. O que todos nós queremos é que tenha apuração rigorosa, que se esclareçam as questões e as punições devidas. Então, é avançar com as investigações", disse Alckmin.
Em fevereiro, a Justiça Federal em São Paulo abriu processo criminal contra 11 acusados de participação em esquema de pagamento de propina pela empresa Alstom a políticos e funcionários públicos de estatais do setor de energia do governo de São Paulo. Bens de cinco desses réus foram bloqueados pela Justiça.
Segundo a Justiça, a Alstom pagou propina para evitar uma concorrência, em 1998, em um contrato de R$ 23,2 milhões (em valores atualizados) para fornecer equipamentos para três subestações elétricas da Eletropaulo e EPTE (Empresa Paulista de Transmissão de Energia).
O conselheiro do TCE é investigado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) por suspeita de ter beneficiado a Alstom em um julgamento de 2001.