Collor acusa procurador-geral de "desdenhar" da Casa

Autor: Da Redação,
terça-feira, 18/12/2012





SÃO PAULO, SP, 18 de dezembro (Folhapress) - O senador Fernando Collor acusou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de "desdenhar" do Senado ao não comparecer a uma reunião da Comissão de Controle das Atividades de Inteligência hoje.

O procurador alegou "compromissos inadiáveis assumidos anteriormente" para não comparecer à reunião da comissão. Ele havia sido convidado para prestar esclarecimentos sobre a "confluência das atividades de inteligência com o papel do Ministério Público e da Polícia Federal", conforme requerimento aprovado pela comissão na semana passada.

Collor ainda disse que o procurador chantageia parlamentares e comete crime de prevaricação, motivo pelo qual anunciou o envio ao presidente do Senado, José Sarney, de representação contra Gurgel.

Segundo Collor, o "descaso" da autoridade máxima do Ministério Público da União para com o Poder Legislativo levou-o a questionar se o "excesso de poderes" atribuído ao Ministério Público não teria provocado "um excesso de prepotência por parte de alguns de seus integrantes".

Ainda segundo o presidente da comissão, "não têm sido raros" os casos que promotores e procuradores "abusam de suas atribuições constitucionais motivados por condutas egocêntricas e arbitrárias".

"No caso do procurador-geral da República, ele demonstra a sua fragilidade moral e funcional, algo como um covarde, e mostra que deve, porque teme enfrentar uma comissão mista de controle de atividades de inteligência. Sua manobra para aqui não comparecer é uma confissão de culpa", afirmou Collor.

Na representação anunciada por Collor durante a reunião, o senador afirma que Gurgel prevaricou ao "sobrestar" a Operação Vegas, da Polícia Federal, destinada a apurar o vazamento de informações sigilosas sobre uma operação contra a exploração ilegal de jogos de azar em Goiás.

Para o senador, essa atitude já poderia implicar crime de responsabilidade. Em outras ocasiões, Gurgel já afirmou que a Procuradoria não viu elementos para transformar a investigação em denúncia.