Vereador mata vizinho em troca de tiros após confusão por barulho

Autor: Da Redação,
sexta-feira, 22/11/2024
Vereador do município de Castro Miguel Zahdi Neto (PSD), conhecido como Neto Fadel

Um desentendimento ocorrido na noite da última quarta-feira (20) terminou com a morte de um empresário, identificado como Guilherme de Quadros Becher, em um condomínio de chácaras em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná. Ele morreu ao trocar tiros com o vereador Miguel Zahdi Neto (PSD), conhecido como Neto Fadel. Após discutirem, Becher teria atirado diversas vezes em direção à chácara do vereador, que revidou e atingiu o empresário. O caso é investigado pela Polícia Civil. 

Conforme a corporação, Guilherme Becher teria ido até o portão da casa do vereador para reclamar do barulho das crianças, que brincavam nas ruas do condomínio com um quadriciclo. Naquele momento, segundo o relato inicial de Fadel, ele e a família estavam em uma confraternização.

De acordo com as informações do boletim de ocorrência, após a discussão, o empresário sacou duas armas da cintura e efetuou diversos disparos contra o imóvel do político. 

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Ainda conforme o documento, Becher chegou a apontar uma arma para a cabeça de um dos homens que estavam na casa, que conseguiu sair da mira do empresário.

Durante a confusão, Fadel, que tem porte de arma de fogo, fez disparos de volta, que atingiram Becher. A vítima foi socorrida com vida pelos familiares do vereador, mas morreu no hospital horas depois, de acordo com a polícia.

O delegado que está à frente do caso, Luiz Gustavo Timossi, afirmou que o vereador foi ouvido e, na sequência, liberado sem ser autuado, pois "há indícios de que ele tenha atuado em legítima defesa".

O delegado Timossi justifica que entendeu o ato como legítima defesa com base na fala de testemunhas e por elementos encontrados no local - como indícios de que Becher atirou pelo menos cinco vezes com uma das armas, por exemplo.

Agora, o delegado pretende ouvir familiares de Becher e aguardar o resultado do laudo pericial das armas de ambos os envolvidos.

"Vai ser aguardado também o laudo do IML, para se verificar se houve ou não algum excesso em relação à quantidade de disparos que foram realizados em direção ao corpo da vítima. Isso tudo vai ser apurado no âmbito do inquérito policial para, ao final, ser dada uma conclusão sobre o que aconteceu na situação - e se a versão da legítima defesa, ela vai ser corroborada ou não pelas outras provas", explica.

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Neto Fadel é presidente da Câmara Municipal de Vereadores de Castro, cidade a 48 quilômetros de Ponta Grossa.

A defesa dele afirma que ele agiu em legítima defesa e ressalta que ele prestou socorro à vítima e permaneceu no local, à disposição das autoridades.

"Importante mencionar que a arma utilizada para defesa estava devidamente registrada e com porte. Após o depoimento, diante da evidente ação em legítima defesa, Miguel foi liberado. Miguel colaborou com toda a investigação e segue à disposição para todos os esclarecimentos que se tornem necessários. Por fim, Miguel lamenta a morte de Guilherme. No entanto, infelizmente, precisou agir em legítima defesa para salvar sua vida, de seus familiares, amigos e crianças", afirma o advogado Ewerton Machado Rosa.

Ao g1, a defesa da família da vítima disse que os familiares estão abalados e que "a verdade será revelada".

"A família lamenta profundamente que a autoridade policial não tenha mantido a prisão em flagrante ao menos até colher declarações e depoimentos sobre o outro lado da história, aguardando o laudo de necropsia - que ainda não saiu - deixando que a autoridade judicial, ouvido o Ministério Público, decidisse sobre a soltura", afirma o advogado Jairo Baluta.

Armas foram apreendidas

De acordo com o boletim do caso, próximo à casa onde o tiroteio aconteceu foram encontrados, em um matagal, um revólver calibre .38 e uma pistola sem carregador. Os equipamentos foram apreendidos.

Ainda conforme o documento, também foram localizados 10 estojos vazios de munição calibre .38.

Segundo a polícia, Fadel tem porte de arma de fogo e usou uma arma registrada e Becher tinha registro de CAC - sigla para "Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador" - autorização para que uma pessoa física possa colecionar armas de fogo, praticar tiro desportivo, e praticar caça.

As informações são do G1.