A professora de ballet Ana Karina da Cruz, de 49 anos, morreu na terça-feira (13), no Hospital Santa Casa da Misericórdia, vítima de um câncer. O corpo está sendo velado na Capela da Funerária Princesa. A cremação acontece às 12 horas no Cemitério Campos Gerais. A morte provocou comoção entre familiares, amigos e conhecidos.
A professora morava em Ponta Grossa e trabalhava em Tibagi na Escola Municipal de Dança de Tibagi.
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Confira um pouco da história da professora:
“Meu nome é Ana Karina Cruz, meus pais se separaram quando eu tinha 19 anos de idade. Minha mãe criou da melhor forma possível eu e minha outra irmã. A situação que vivíamos fez com que eu me decidisse que teria uma vida diferente da minha mãe. Comecei a fazer aulas de dança cedo. E aos 13 já comecei a trabalhar.
Na maioridade cursei Educação Física, fiz 2 pós graduações em arte e expressão corporal e em Dança e expressão corporal. Sempre tracei metas e batalhei pelos meus objetivos.
Ano de 2021 fui diagnosticada com câncer de mama. No primeiro momento é como se o tempo parasse. Sempre tive hábitos saudáveis. Fazia os exames periodicamente e os médicos diziam que era apenas um cisto. Então receber o diagnóstico fez com que eu me sentisse negligenciada. Junto com minha família buscamos encarar com otimista, fé e seguir corretamente todos os cuidados. Pois, não bastava estar com câncer estávamos enfrentando o auge da Pandemia.
Realizei as quimioterapias e logo em seguida fiz a cirurgia. Quando acordei da anestesia eu soube que já havia metástase e que foi retirada toda a mama. Após 2 meses voltei a dar as aulas de dança, juntamente com mais 3 meses de quimioterapia.
As pessoas me perguntavam como você consegue trabalhar? Eu queria apenas muito poder retomar minha vida, tinha dias de cansaço extremo sim, mas eu aguentava. O tempo que fiz o tratamento em casa me fez ter a certeza que eu ainda tenho uma missão de vida pra cumprir através do meu trabalho com a dança. Que tenho muito conhecimento pra passar e quero proporcionar variadas experiências e oportunidades aos meus alunos.
A radioterapia foi uma loucura: pois eu tinha que ir todo dia de Tibagi para Ponta Grossa. Saia às 05h30 da manhã, fazia a radioterapia às 07h00, e depois corria pra rodoviária pegar ônibus às 08h45 pra poder trabalhar durante a tarde e noite. Foi 1 mês intenso, pois estava criando um espetáculo de Ballet (realizei com maestria o que seria feito em 1 ano eu realizei em 2 meses).
Uns dias antes do espetáculo ouvi da Dra Ana que estava tudo limpo dentro de mim. Que alívio! Quando subi no palco do espetáculo me senti com a vida renovada. Agradeci por mais uma oportunidade de viver. Foi uma celebração da minha vitória! Hoje me sinto mais forte, determinada e corajosa.
Estou em uma nova fase: a saúde sempre em primeiro lugar (ainda farei tratamento por 4 anos e 6 meses). Quero agradecer a minha mãe amada, ao meu companheiro de vida e ‘namorido’, meu enteado e minhas companheiras do Budismo e ao grupo de dança Orquídea que foram minha rede de apoio.
Quero finalizar o meu relato de vida com uma frase de Jossei Toda: ‘Fazer tudo o que posso é normal. Fazer além das minhas possibilidades é um desafio. Aonde terminam as minhas capacidades, começa a minha fé. E uma forte fé vê o invisível, acredita no incrível e recebe o impossível’”.
Com informações de aRede e Prefeitura de Ponta Grossa