Professor da UEPG envia mensagens de cunho sexual à aluna e é demitido

Autor: Da Redação,
segunda-feira, 21/08/2023
O Processo Administrativo Disciplinar durou cerca de um ano

Após a conclusão de um Processo Administrativo Disciplinar, um professor da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) foi demitido por assédio sexual contra uma aluna da instituição. O docente enviou mensagens de cunho sexual à acadêmica em julho de 2022 e, devido a isso, foi desligado do estabelecimento de ensino no dia 9 de agosto deste ano. 

O professor, identificado como Luciano Ribeiro Bueno, entrou em contato com a vítima pelo aplicativo de mensagens instantâneas WhatsApp. Tudo começou na madrugada do dia 21 de julho de 2022, quando o homem encaminhou duas mensagens a estudante. Ele as apagou e, pela manhã, enviou novas mensagens se apresentando.

Conforme a conversa avança, ele questiona o motivo dela não estar indo para aula.

Depois, ele disse que ela tirou nota baixa em um trabalho e ofereceu a possibilidade de a acadêmica refazê-lo. Afirmou, também, que poderia passar as questões via WhatsApp.

Ela respondeu: "Entendi professor".

À noite, o professor retoma a conversa e pergunta novamente se ela gostaria de receber as questões. Após não ter resposta, ele disse para a aluna que ela o deixa excitado.

“Você sempre olha nos meus olhos. Olha o status. Vai gostar. Vai querer a chance? [...] Deixa prof de r**a dura. Vamos sair? O que quer? Vamos marcar?".

Meia hora depois, a aluna respondeu pedindo para o homem confirmar a identidade em áudio. Ele responde, confirma, e sugere novamente que ela olhe o status dele no WhatsApp.

Nele, o homem exibia o órgão genital, mensagem que podia ser vista por todos os contatos.

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Nos áudios, Luciano também convidou a aluna a ter relações sexuais com ele, perguntando o que ela queria em troca de sexo. Após enviar uma sequência de áudios, a aluna respondeu:

“Por um acaso em algum momento eu dei liberdade pro senhor me mandar esse tipo de vídeo, e me fazer esse tipo de proposta?”.

O que diz a defesa?

A equipe de reportagem do G1 conversou com as advogadas de Luciano, que argumentaram que não houve provas que o professor agiu "no sentido de se valer de seu cargo para ofender a aluna em questão".

Segundo a defesa, o caso aconteceu em um momento em que o professor passava por problemas psicológicos, como “transtorno depressivo grave e Síndrome de Burnout”, que levaram ele a “interpretar equivocadamente as mensagens trocadas com sua aluna fora do ambiente de sala de aula”.

Por meio de nota, as advogadas afirmam que devem levar à análise da Justiça o decreto de demissão do professor.

Conforme o processo, Luciano estava afastado desde agosto de 2022. Quando enviou as mensagens, ele era chefe adjunto do Departamento de Economia, com vencimentos de R$ 10.959,38.

As informações são do G1.