Papéis, plásticos e vidros descartados no lixo pelos empregados da Portos do Paraná ajudam na renda de dezenas de catadores de recicláveis em Paranaguá. A doação dos materiais produzidos na empresa pública faz parte da cultura de proteção ao meio ambiente, prevista na Política do Sistema de Gestão Integrada (SGI).
Para que o lixo possa ser destinado de forma correta, entretanto, os resíduos precisam ser separados corretamente. A Diretoria do Meio Ambiente reforça para que os colaboradores respeitem a destinação indicada nas lixeiras, principalmente entre lixo orgânico e reciclável. O apelo se estende a todos os trabalhadores portuários e população, em geral, na hora da separação.
“Como cidadãos, somos responsáveis por uma etapa muito importante na gestão dos resíduos sólidos que geramos no nosso dia a dia. Quando separamos adequadamente o lixo, o que é reciclável pode ser destinados para associações de catadores, gerando renda para os associados”, destaca Juliana Vendrami, bióloga na Portos do Paraná.
Assim, quanto mais material for reciclado, menos resíduos serão jogados nos aterros sanitários, aumentando a vida útil dos locais. “A reciclagem implica em reduzir a pressão sobre os recursos naturais, tais como florestas e extração de petróleo para produção de novos produtos, e evita também a poluição ambiental”, justifica.
RECICLADORES - Quem recebe o lixo reciclável produzido no Porto de Paranaguá é a Associação de Catadores de Material Reciclável da Vila Santa Maria (Assepar). Os resíduos são a única fonte de renda dos associados e a parceria com a Portos é fundamental.
O grupo foi fundado em 2006, por famílias que trabalhavam no então lixão do município. “A gente faz a venda de todo o material separado e prensado e faz a divisão conforme as horas trabalhadas”, conta Regina Brüning, presidente da Associação.
Segundo ela, todos trabalham oito horas por dia, em várias funções. Além de receber os caminhões da coleta seletiva do município, boa parte dos materiais vem de empresas.
CUIDADOS - “A separação precisa ser bem-feita porque aqui na associação somos em 24 pessoas trabalhando e vem muita seringa, vidro quebrado e, às vezes, vem até cachorro morto no meio e são materiais perigosos. Já imaginou se alguém aqui se corta ou pega uma infecção? Se ficar uns 15 dias em casa, o que vão ganhar? Como vão manter a casa, os filhos?”, alerta Andreia de Souza Rosa, vice-presidente e recicladora na Assepar.
Segundo ela, sendo essa a única fonte de renda dos associados, contar com a parceria das pessoas é fundamental para que a reciclagem possa ser ampliada.
“Peço a todos que nos ajudem e façam a separação corretamente. Vidro quebrado e latinhas com parte cortante devem ser colocadas dentro de garrafas pet ou dentro de caixa de leite. Se perceberem, somos nós que limpamos a cidade”, conclui Andreia.