Com cartazes, placas e faixas, milhares de professores, estudantes e servidores da educação do Estado do Paraná, se reuniram, nesta sexta-feira (29), na cidade de Curitiba, em protesto. A paralização foi tão grande, que o governo do Paraná se viu forçado a receber a APP-Sindicato e demais servidores.
Os 29 núcleos sindicais do Estado enviaram caravanas de professores para a manifestação que, além de fazer memória ao massacre de 29 de abril de 2015, reforça a luta por melhores condições de trabalho. Nas faixas e cartazes levadas pelos profissionais, encontravam-se expressões como: "O massacre nunca parou"; "Educação não é Mercadoria"; "Não à privatização da Educação", entre outras.
Evelize Ferreira, professora de Química do Colégio Euzébio da Mota, também foi uma das profissionais que se fizeram presentes na caminhada e afirmou que o movimento não é apenas por um salário digno. "Tenho uma turma com 50 alunos. É impossível dar aulas de qualidade assim. Saio sem voz. Nossos colegas estão com a saúde abalada", afirmou a professora.
Seus colegas, Everton Jorge Balbino, professor de Português, e Camila Bortot, de Inglês, denunciam a pressão para o cumprimento de metas arbitrárias e o uso forçado de plataformas digitais. "A sensação é que estamos abandonadas pelo governo. Temos que cumprir com uma demanda que vem de cima, sem que os alunos tenham acesso ou condições. A gente se vira", conta Camila.
"São demandas externas que não dialogam com a realidade da escola. Temos conteúdo para dar, mas não deixam a gente trabalhar", lamenta Everton, por sua vez.
A data tem um duplo significado, segundo explica a APP-Sindicato. Relembra 29 de abril de 2015, protagonizada pelo governador Beto Richa, “além de honrar os 75 anos de história do Sindicato, completados poucos dias antes, 26 de abril”.
Em 29 de abril de 2015, mais de 200 pessoas ficaram feridas, sendo oito em estado grave, durante o episódio de repressão da polícia do Paraná a professores da rede estadual de ensino, que estavam em greve e acampados há dois dias no Centro Cívico. Treze pessoas foram presas naquele dia, segundo a Secretaria de Segurança Pública divulgou na ocasião.
Cerca de 20 mil pessoas participavam da manifestação, em frente a Assembleia Legislativa, contra as mudanças na previdência para os servidores do Estado. A Polícia Militar foi acionada pelo governador Beto Richa para impedir a entrada dos manifestantes na Assembleia, onde ocorreria a votação.
Fonte: Informação do APP-Sindicato.