A delegada Ana Hass, responsável pelo caso da mãe suspeita de matar os filhos de três e 10 anos em um apartamento em Guarapuava, na região central do Paraná, afirmou que a mulher tinha intenção de se livrar das crianças para "viver uma nova vida". A declaração foi feita nesta sexta-feira (2), em coletiva de imprensa. Conforme a polícia, a mulher chegou a fazer "estudos" sobre como descartar os corpos.
"Ela sofria com essa intenção de viver uma nova vida, na qual ela não seria mãe, não teria responsabilidade de cuidar dos filhos, e poderia viver uma vida tal qual o pai do menino como ela revela muito bem nas cartas dela, esse recalque que ela tinha, enquanto estava cuidando das crianças", afirmou a delegada.
A mulher de 31 anos foi presa no final de agosto suspeita de matar os filhos de três e 10 anos dentro de um apartamento em Guarapuava, na região central do Paraná. Os corpos das crianças foram encontrados em cima da cama do imóvel.
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A suspeita será indiciada pelos crimes de homicídio qualificado contra as duas vítimas, ocultação de cadáver, fraude processual e tortura, uma vez que o inquérito concluiu que a menina de 10 anos foi mantida viva junto ao cadáver do irmão, e passou por intenso sofrimento mental e psicológico durante o período. O g1 tenta contato com a defesa da suspeita.
Ainda conforme a delegada, a investigação da Polícia Civil indica que, após se mudar para Guarapuava, a mulher isolou as crianças de membros da família.
"A suspeita quis desde sempre viver uma nova vida e é por isso que ela escolheu outra cidade. Isolou essas crianças de qualquer membro da família, não criou nenhum vínculo próximo com ninguém, de forma a fazer com que a falta dessas crianças não fosse sentida", afirmou Hass.
Para a delegada, a polícia tem indícios suficientes para acreditar que a mãe premeditou o crime. Um indicativo, segundo Ana Hass, é que a suspeita antecipou a festa de aniversário dos filhos.
Aos policiais, a mulher afirmou que antecipou a comemoração porque tinha intenção de cometer suicídio, mas a delegada descartou a possibilidade. "A antecipação da festa de aniversário não era porque ela não estaria aqui, mas sim porque as crianças não estariam aqui", disse a delegada.
'Estudo' para se livrar dos corpos
Ainda de acordo com a delegada, a mulher tinha a intenção de se livrar dos corpos dos filhos. Para isso, segundo a investigação, ela fez um estudo das câmeras do prédio. A delegada afirmou que a suspeita percebeu que não conseguiria se livrar dos corpos sem ser vista.
"Ela faz um estudo acerca das câmeras do prédio, tanto que ela printa o aplicativo onde aparecem todas as câmeras de monitoramento. Em algum momento, ela se deu conta que essa primeira tentativa de viver a sua nova vida simplesmente dando um cabo dos filhos, não daria certo", afirmou Hass.
A partir disso, ainda segundo a delegada, a mulher passou a buscar alternativas para descartar os corpos, mas não obteve sucesso.
"Quando ela se deu conta disso passou a bolar novas estratégias [...] até o momento em que ela exauriu as possibilidades de esconder o odor que já transcendia as paredes, janelas e porta do apartamento. Ela passou a adotar então a sua última cartada, essa confissão parcial, entregando-se à polícia como se uma pessoa surtada fosse", disse Hass.
O crime
A Polícia Civil chegou até o local em que os corpos estavam após um advogado de Santa Catarina acionar as autoridades. A mulher foi presa em flagrante pelos crimes de ocultação de cadáver e fraude processual.
À RPC, a delegada afirmou que a mulher confessou o crime e que disse ter matado as crianças cerca de 15 dias antes da prisão.
Ainda de acordo com Ana Hass, o menino de três anos teria sido morto asfixiado com um travesseiro e a menina recebido um calmante da mãe e depois sido enforcada com um cachecol.
Informações são do site g1.